quinta-feira, 24 de novembro de 2011

HISTÓRIA DA DESCOBERTA DA INSULINA

llA descoberta da insulina foi um dos acontecimentos mais significativos da história da Medicina. Durante os anos de 1910-1920, Oscar Minkowski e outros estudiosos tentaram, sem sucesso, encontrar e retirar o extrato existente nas células de Langerhans pancreáticas, relacionado ao aumento dos níveis de glicose no sangue. Por isso, indivíduos com DM, até o ano de 1992, eram tratados apenas com dietas extremamente restritivas, que contribuíam ainda mais para perda de peso e não reduziam os altos índices de mortalidade da época.
Em 1921, o médico Frederick Grant Banting e seu assistente, Charles Best, isolaram o extrato produzido pelo pâncreas, posteriormente denominado de insulina, enquanto trabalhavam no laboratório de John Macleod, chefe do Departamento de Fisiologia da Universidade de Toronto e estudioso sobre o metabolismo da glicose. Banting e Best extraíram o material do pâncreas de cachorros e o utilizam para manter vivos os animais diabéticos.
James Bertram Collip, bioquímico que se uniu ao grupo de pesquisa de Banting e Macleod em 1922, descobriu que, purificando esse extrato, os efeitos colaterais eram bem menores. A insulina foi, então utilizada neste mesmo ano, com sucesso, em Leonard Thompson, um menino de 14 anos, portador do DM1 desde 1919. Em 1923, o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina foi dado a Banting e Macleod, que dividiram o mesmo com Best e Collip. 
Em 1936, Hans Christian Hagedorn descobriu que a adição de protamina de peixe mantinha a insulina em suspensão, fazendo com que fosse absorvida mais lentamente pelo tecido subcutâneo, prolongando seu efeito , mas precisava da adição de um neutralizante antes do seu uso. Scott e Fisher, dois anos depois, descobriram que o zinco conseguia prolongar ainda mais o tempo de funcionamento da insulina e desenvolveram a insulina protamina-zinco (NPH) que só necessitava, antes de utilizada, ser agitada. 
Nos primeiros 60 anos após a descoberta da insulina, apenas as insulinas suína e bovina eram disponíveis no mercado. Estas apresentavam impurezas, que provocavam reações locais, como alergias, abscessos e lipodistrofias. A insulina humana foi criada com o surgimento da tecnologia de DNA recombinante em 1978, tornando-se amplamente utilizada a partir da década de 80.
Na busca do melhor controle glicêmico, com glicemias o mais próximo do normal, a fim de evitar complicações, tornou-se importante desenvolver insulina, com menor risco de hipoglicemia, criando-se os análogos de insulina. 
Os análogos de insulina (lispro, asparte, glargina, detemir...) conseguem proporcionar aos pacientes com diabetes um melhor controle da doença e principalmente mais qualidade de vida.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

COMO PRESCREVER O EXERCÍCIO NO TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS

Diferença entre exercício e atividade física 
Os termos exercício e atividade física em geral são usados de forma semelhante, porém embora sejam utilizados como se representassem a mesma situação, tem definições diferentes. Atividade física corresponde ao movimento do corpo em atividade de rotina, enquanto exercício é uma atividade planejada, estruturada, repetida para melhorar ou manter a performance física, como, por exemplo, caminhar, correr, andar de bicicleta, nadar, entre outros vários esportes.

Exercício de resistência
Exercício de resistência corresponde a movimentos que usam força muscular para mover um peso ou contra uma carga. Exemplos incluem levantamento de peso e exercícios usando aparelhos com pesos.

Recomendações de exercício físico em diabetes mellitus tipo 2
Existem evidências consistentes dos efeitos benéficos do exercício no diabetes mellitus tipo 2 (DM2):
1. Melhora o controle glicêmico, reduzindo a hemoglobina glicada (HbA1c), independente da redução do peso corporal.
2. Reduz o risco cardiovascular.
3. Reduz a pressão arterial.
4. Contribui para o programa de redução de peso, podendo favorecer a redução do índice de massa corporal (IMC).
5. Melhora a autoestima.
6. Previne o aparecimento de DM2 em indivíduos com risco elevado.

Avaliação pré-exercício 
Em alguns pacientes com DM é necessária a realização de um teste ergométrico antes do início de um programa de exercícios.Tipo de exercício
Exercício aeróbico, como, por exemplo, caminhada, ciclismo, natação, dança, entre outros.
Exercício de resistência é também eficaz na melhora do controle glicêmico em DM2. Uso de exercícios que envolvam os grandes grupos musculares, neste caso, duas vezes /semana.

Freqüência do exercício
Três a cinco vezes por semana.
Duração do exercício
• Diário: 30 a 60 minutos
• Semanal: 150 minutos
• Contínuos de moderada intensidade.
• 75 minutos por semana de exercício vigoroso ou uma combinação dos dois.

Prescrição de exercício de resistência
Três vezes por semana, incluindo os grandes grupos musculares, progredindo para três séries de oito a dez repetições com peso que não suporte mais do que essas repetições. Intensidades mais leves dos exercícios são úteis, mas com menores efeitos metabólicos.

Exercícios na prevenção de DM2
Incremento da atividade física e discreta perda de peso reduzem a incidência de DM2 em indivíduos com tolerância reduzida à glicose. Estão indicados pelo menos 150 minutos por semana de exercício comedido associado à dieta moderada em restrição energética para prevenção do DM em indivíduos de risco.
Portanto, se você é diabético, MEXA-SE. O DIABETES NÃO DISCRIMINA.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

DIA MUNDIAL DO DIABETES CHEGOU A HORA DE SE PREPARAR

O DIABETES MATA 01 PESSOA A CADA 08 SEGUNDOS/O DIABETES NÃO DISCRIMINA.
Em 14 de novembro, acontece o dia mundial do Diabetes. A data foi definida pela International Diabetes Federation (IDF), que é vinculada a Organização Mundial da Saúde (O.M.S), em 2007 a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a resolução nº 61/225, que considera o Diabetes um problema de saúde pública. Além disso, convoca os países a divulgarem esse dia como forma de alerta, de modo a fazer com que os governos definam políticas e suporte adequados para os pacientes.
O dia foi escolhido por ser a data de nascimento do Dr. Banting, o médico é vencedor do Prêmio Nobel de Fisiologia de 1923, ele é considerado um dos descobridores da insulina. Este ano, em uma assembléia na ONU, foi reforçada a importância do Diabetes e o Brasil ganhou destaque com a presença da Presidente Dilma Rousseff, abordando as doenças crônicas não transmissíveis. A Sociedade Brasileira de Diabetes (S.B.D) estimulando Entidades e o público a se engajarem nas atividades para promover o Dia Mundial do Diabetes. Desde 2005, a ação vem se intensificando e aumentando por todo país.
A S.B.D observou que para atender as necessidades ao pública, seria interessante estender o período e, desde 2010, foi proposta  a Semana do Diabetes, sem perder a força do Dia Mundial – 14 de Novembro – Em que se concentram  á maioria das atividades realizadas pelo mundo inteiro. 
Precisamos incentivar o sentimento de solidariedade e parceria das entidades com o público e profissional da saúde. “Só com o apoio de todos poderemos conseguir”. O trabalho precisa ter uma só voz, coeso e tendo como meta a melhoria da qualidade de vida de nossos pacientes. O site do Dia Mundial do Diabetes (www.diamundialdodiabetes.org.br) concentram as informações e dá apoio as atividades que estão acontecendo em todo Brasil.
Há explicações sobre a campanha, materiais para imprensa e para o apoio à divulgação.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

TABAGISMO – POR QUE O CIGARRO FAZ TÃO MAL À SAÚDE?

Porque ao ser queimado o tabaco, produz mais de 4.500 substâncias, a maior parte delas com potencial de causar malefícios à saúde algumas causam danos ao pulmão, outras como a nicotina, atuam no cérebro e levam à dependência física.
O tabagismo é um dos maiores problemas de saúde do mundo, sendo responsável por 30% de os cânceres e por mais 90% dos tumores do pulmão. Está ainda associado à bronquite crônica, ao enfisema pulmonar e a inúmeros outros problemas de saúde. È uma problema que está fora de controle.
Só no Brasil existem mais de 35 milhões de consumidores de cigarro. As pessoas começam a fumar por que tem vontade, mas muitos não conseguem abandonar o tabaco, mesmo quando assim o desejam e sabem do seu malefício. Isso se chama dependência. O tabagismo é uma condição que pode ser combatida com determinação, ajuda profissional e medicamento, e a maior taxa de sucesso no tratamento ocorre quando se combinam esses três ingredientes. 
O tabagismo é responsável por 30% de todos os cânceres (entre eles o de BOCA, LARINGE, PÂNCREAS, BEXIGA E RIM) e por mais de 90% dos tumores de pulmão. O cigarro é responsável por mais de 80% dos casos de BRONQUITE CRÔNICA e ENFISEMA PULMONAR e cerca de 20% dos casos de ANGINA e INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E DE DERRAME CEREBRAL. 
Quanto maior a exposição ao fumo, com charuto, por exemplo, maior o risco de se desenvolver doenças relacionadas ao consumo de tabaco. O cigarro light não é melhor por ter baixas concentrações de nicotina porque o fumante acaba inalando o tabaco mais profundamente, o que aumenta a exposição às demais substâncias. 
No Brasil existem mais de 35 milhões de consumidores de cigarro e cerca de 50 mil internações – 80 mil mortes ao ano são relacionadas ao tabagismo.
A Organização Mundial de Saúde (O.M.S) estima que, de toda a população do mundo entre jovens e adultos – 47% dos homens e 12% das mulheres fumarão – estima-se que 2011 mais de 05 milhões de fumantes vão morrer de ataque cardíaco, derrame, câncer, doenças do pulmão e outras provocadas pelo consumo de tabaco. Isso não inclui os mais de 600 mil fumantes passivos ( não fumantes expostos a fumaça de cigarro).
Lembre-se, que independente do tempo de exposição do tabaco e a idade do indivíduo, sempre existem ganhos com a interrupção do tabagismo, mesmo para quem fuma há muitos anos. Já a partir de 02 semanas de interrupção, detecta-se melhor desempenho cardiovascular e os efeitos benéficos aumentam ao longo do tempo.