sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

ECOENDOSCOPIA PERMITE A ABORDAGEM DIAGNÓSTICA DO PÂNCREAS


llO método detecta lesões não visíveis aos exames tradicionais, guia punções e faz o estadiamento do câncer pancreático. 
As particularidades anatômicas do pâncreas tornam sua avaliação bastante complexa, de modo que não são raras as situações em que o diagnóstico  preciso só é definido após a intervenção cirúrgica. Nesse contexto vale destacar a utilidade da ultrassonografia endoscópica, também conhecida como ecoendoscopia, para a investigação de afecções pancreáticas, notadamente o câncer de pâncreas. No que tange aos nódulos pancreáticos, o método tem a sensibilidade para a detecção dessas lesões, especialmente as de dimensões menores, que podem não ser visualizadas em imagens obtidas por ressonância magnética e, principalmente, por tomografia computadorizada (TC), hoje a técnica mais utilizada para rastrear a adenocarcinoma  pancreático. Na prática, o transdutor de alta frequência, posicionado por via endoscópica, permite  a obtenção de imagens detalhadas do órgão, em alta resolução, que superam qualitativamente as produzidas por outros exames. Com isso é possível visualizar pequenas lesões pancreáticas, com diâmetro de 2 – 3 mm, e suas relações com os vasos sanguíneos adjacentes, tais como a veia porta e os vasos mesentéricos.
A ecoendoscopia vem sendo também o meio mais usado para guiar a punção aspirativa por agulha fina (Paaf) nesse órgão, uma vez que possibilita o posicionamento do transdutor em proximidade direta com a via biliar e o pâncreas, através do estômago e duodeno, favorecendo a localização precisa das lesões e encurtando o trajeto da punção. Para completar, é altamente sensível verificar invasão vascular, além de poder confirmar o envolvimento dos linfonodos por meio do Paaf, contribuindo para o estadiamento local e regionaldas neoplasias pancreáticas malignas, sobretudo para lesões menores. Como esses são os principais critérios para determinar se um tumor é ressecável, o exame apresenta boa acurácia para definir a indicação de cirurgia e, assim, reduzir o número de laparotomias desnecessárias – afinal, menos de 20% dos pacientes apresentam, no momento do diagnóstico, massas passíveis de abordagem cirúrgica, sendo os demais, portanto, candidatos a tratamento paliativo. Para as lesões maiores e metástases a distância, no entanto, a TC helicoidal demonstra melhor desempenho, segundo alguns estudos.

Conheça as principais indicações da ecoendoscopia
lEstadiamento de neoplasias malignas do tubo digestivo, incluindo o linfoma gástrico
lDetecção e punção aspirativa por agulha fina de lesões sólidas ou císticas do pâncreas
lEstadiamento e planejamento terapêutico da neoplasia maligna pancreática
lDiagnóstico de pancreatite crônica, inclusive de etiologia autoimune
lDiagnóstico das neoplasias das vias biliares
lPunções aspirativas diagnósticas de linfonodos e de massas peridigestivas

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O JEJUM E O CÂNCER; COMER MENOS FAZ BEM À SAÚDE.


llDesde há muito é sabido que a restrição calórica realizada em experimentos com animais produz importantes benefícios. Aumento de sobrevida, maior resistência a situações de estresse, retardamento e/ou prevenção de doenças relacionadas com a idade, inclusive o câncer, são alguns deles.

Várias pesquisas realizadas em diversos animais, como ratos, camundongos e macacos, demonstram estas vantagens, em comparação aos que podiam se alimentar sem restrições.
Por outro lado, na espécie humana, nos casos de tumores malignos, uma das preocupações das equipes de saúde é manter o paciente o mais bem nutrido possível. Afinal, muitos tumores malignos tem uma ação maléfica sobre a ingestão alimentar – a diminuição acentuada do apetite é um dos mais frequentes sintomas. Além disso, alguns pacientes referem náuseas, vômitos, alterações no gosto dos alimentos etc. que dificultam ainda mais sua alimentação.
Tudo é feito para evitar que o paciente fique desnutrido, afinal, isso faz com que as suas capacidades de defesa diminuam.
A redução da sua imunidade diminuiria em muito a condição de lutar contra a doença.
E quando o tratamento quimioterápico é programado, a preocupação com o estado nutricional é ainda maior. Desejamos que o paciente esteja na melhor condição possível, para que possa enfrentar as ações tóxicas das drogas quimioterápicas.
Os doentes submetidos a este tipo de tratamento apresentam efeitos colaterais importantes, como queda de cabelo, diminuição das células sanguíneas, náuseas e vômitos, diarreia, câimbras, diminuição acentuada do apetite etc.
As ações tóxicas destas drogas sobre órgãos vitais, como por exemplo, o coração e os rins, podem, inclusive, ocasionar a morte em alguns pacientes.
O conceito de que o paciente bem nutrido enfrentaria melhor este tipo de tratamento começou a mudar em 2008. O pesquisador americano Valter D. Longo, da Universidade da Califórnia, EUA, demonstrou que isso poderia não ser verdadeiro e até muito pelo contrário.
Fez ciclos de jejum em camundongos, antes, durante e depois de tratamentos quimioterápicos. Os resultados foram surpreendentes: os animais submetidos à restrição alimentar evoluíram extremamente melhor.
Os sintomas colaterais foram suprimidos em mais de 90% e os tumores se reduziram de maneira muito mais significativa. As curas praticamente só existiram nos submetidos ao jejum. E as sobrevidas foram muito maiores nos jejuadores.
Doses das drogas capazes de matar os animais alimentados foram bem suportadas pelos que realizaram os ciclos de jejum.
E outro fato, tão ou mais surpreendente, foi o resultado do tratamento do câncer nos ratos com apenas a restrição alimentar.
Assim, é provável que, muito em breve, haja uma grande mudança nas clínicas de quimioterapia. Elas deixem de oferecer grandes quantidades de alimentação durante as sessões do tratamento.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

SEGURANÇA DOS ADOÇANTES ARTIFICIAIS


llOs edulcorantes, chamados popularmente de adoçantes, estão constantemente na mídia não somente pelo seu amplo consumo, mas também, pela discussão quanto a sua segurança para uso crônico. A temática envolve a incapacidade do corpo humano para metabolizar, digerir ou excretar os substitutos do açúcar na sua totalidade.
Apesar de os edulcorantes serem aprovados e regulados por entidades de grande credibilidade internacional, ainda são temas de várias pesquisas científicas as quais tentam evidenciar os seus efeitos adversos. Alguns estudos realizados na década de 70 mostravam associação entre os edulcorantes e câncer. O consumo de ciclamato e sacarina foi associado com tumores de bexiga em ratos. Contudo esses estudos foram desqualificados por órgãos oficiais devido à metodologia utilizada, que testou o uso dos edulcorantes de forma aguda, com doses bem superiores às recomendações máximas diárias.Com o Aspartame a associação foi com a incidência de câncer no cérebro, contudo, não foi comprovada em estudos epidemiológicos. Ademais, os ensaios agudos, crônicos e subcrônicos com vários animais evidenciaram ausência de toxicidade e carcinogenicidade do Aspartame.
Atualmente, o ciclamato tem seu uso liberado no Canadá e na Europa. Nos Estados Unidos, o FDA aprovou para o consumo humano os edulcorantes Sucralose, Acesulfame de Potássio, Sacarina, Aspartame e Neotame. No Brasil, a ANVISA regulamenta a comercialização dos edulcorantes, determinando as quantidades nos alimentos/bebidas. No entanto, é importante considerar nesse total diário os edulcorantes contidos nos produtos dietéticos usados rotineiramente. Portanto, é inadmissível considerar seguro o uso diário do edulcorante em forma de “jato” ou de produtos dietéticos não contabilizados.
Para a escolha adequada do edulcorante, além da segurança, deve-se respeitar o paladar, já que existem produtos que não resistem a altas temperaturas e aqueles que acentuam o resíduo amargo ou sabor doce.
Aliás, o paladar tem sido foco da mais recente polêmica com os edulcorantes dos tempos atuais. Pesquisa realizada na Universidade de Purdue (2007) demonstrou em ratos que o consumo de Sacarina poderia estimular maior ganho de peso do que o promovido pela Sacarose. A hipótese é que o sabor doce do edulcorante poderia estimular uma resposta exacerbada no animal e, devido à falta do substrato, haveria maior consumo de ração. 
Embora seguros quando bem indicado, atualmente, já se sabe que os edulcorantes artificiais não são essenciais ao tratamento do diabetes, assim como na perda de peso. No entanto, são coadjuvantes importantes para o planejamento do plano alimentar individualizado prescrito pelo nutricionista.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

CRACK


llA epidemia de uso de crack que se apresenta no país preocupa todos os brasileiros. A estimativa da OMS para o Brasil é que existam 3% de usuários, o que implicaria 6 milhões de brasileiros. O Ministério da Saúde trabalha com 2 milhões de usuários e estudo da Unifesp patrocinado pela Senad demonstra que um terço dos usuários encontra a cura, outro terço mantém o uso e outro terço morre, sendo que 85% dos casos são relacionados à violência.
Não existe ainda uma droga específica. Os psiquiatras preconizam internação para desintoxicação de cerca de 7 a 14 dias. Drogas usadas comumente como opioides e tratamento das comorbidades constituem-se em medidas iniciais, devendo o paciente ter acesso à rede de tratamento ambulatorial, bem como aos processos integrados.
É preciso mobilizar toda a sociedade (sindicatos, conselhos, movimentos sociais, religiosos, estudantis) e meio empresarial para criar uma consciência de responsabilidade compartilhada para o sucesso dessa grande ação de cidadania.

Definição de Uso, 
Abuso e Dependência
Uso: Qualquer consumo de substâncias, para experimentar, esporádico ou episódico.
Abuso ou uso nocivo: consumo da SPA associado a algum prejuízo (biológico, psíquico ou social).
Dependência: consumo sem controle, geralmente associado a problemas sérios para o usuário – diferentes graus.

O que é o crack?
O crack é produzido a partir da cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água, gerando um composto que pode ser fumado ou inalado. O nome “crack” vem do barulho que as pedras fazem ao serem queimadas durante o uso.

Como é o uso?
 O usuário queima a pedra em cachimbos improvisados, como latas de alumínio ou tubos de PVC, e aspira a fumaça. Pedras menores quando quebradas, podem ser misturadas a cigarros de tabaco e maconha, chamados pelo usuário de piticos, mesclados e basucos.
O caminho e as consequências da droga no organismo
A fumaça tóxica do crack atinge o pulmão, vai à corrente sanguínea e chega ao cérebro. É distribuído pelo organismo por meio da circulação sanguínea e, por fim, a droga é eliminada pela urina. Sua ação no cérebro é responsável pela dependência.
Algumas das principais consequências do uso da droga são: doenças pulmonares, algumas doenças psiquiátricas, como psicose, paranoia e alucinações, e doenças cardíacas.
A consequência mais notória é a agressão ao sistema neurológico, provocando oscilação de humor e problemas cognitivos, ou seja, na maneira como o cérebro percebe, aprende, pensa e recorda as informações. Isso leva o usuário a apresentar dificuldade de raciocínio, memorização e concentração.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

OBESIDADE


llA obesidade é uma doença crônica que pode ser definida como o aumento da gordura corporal, causado principalmente pela ingestão inadequada de alimentos e falta de exercícios físicos. Além disso, essa enfermidade também é desencadeada por fatores biológicos, hereditários e psicológicos. As doenças endocrinológicas são responsáveis por menos de 5% dos casos.
A terapia mais eficaz para todos os casos é  mudança no estilo de vida, com correção do hábito alimentar e a prática de atividade física. Entretanto, cada caso precisa ser avaliado individualmente.
Um indivíduo adulto é considerado obeso quando seu índice de massa corpórea (MC) é maior do que 30 Kg/m². IMC entre 30 e 35 Kg/m² é considerado grau I de obesidade, de 35 a 40 Kg/m² grau II e acima de 40 Kg/m² é chamada de obesidade grave, ou grau III.

Tratamento
Pela complexidade do quadro, ou pela associação com outras doenças, a obesidade exige equipe multidisciplinar para seu tratamento, em geral composta por nutricionista, médico, psicólogo, enfermeiro e preparador físico. A terapia mais eficaz para todos os casos é a mudança no estilo de vida, com correção do hábito alimentar e a prática de atividade física. Entretanto, cada caso precisa ser avaliado individualmente.

Prevenção 
A mudança de hábitos é a melhor maneira de prevenir a obesidade. Mas como conseguir isso com a agitação do dia a dia? Confira algumas dicas.

dicas simples:
l Fracionar a alimentação ao longo do dia, em volumes menores;
lAumentar o consumo de fibras: verduras, legumes, grãos integrais e leguminosas (feijão, por exemplo);
l Incluir oleaginosas (nozes, amêndoas etc.) como parte do padrão alimentar;
l Reduzir o consumo de carnes gordas: prefira as carnes brancas (grelhadas e sem pele);
lControlar o consumo de ovo (gema);
l Controlar o consumo de café, principalmente expresso;
l Substituir a manteiga por margarina contendo fitoesteróis ou por queijos magros como o cottage e a ricota;
l Reduzir, ao máximo, o consumo de alimentos produzidos com gordura hidrogenada. Crie o hábito de ler o rótulo dos alimentos para identificar a presença de gordura trans;
l Reduzir a ingestão de frituras;
l Restringir o consumo de creme de leite, banha, bacon, toucinho, molhos prontos e produtos de pastelaria;
l Substituir o leite e o iogurte integrais por versões desnatadas;
l Não fumar;
l Incluir atividade física como parte da rotina: 30 minutos de exercícios diários fazem a diferença na saúde e na qualidade de vida;
l Substituir queijos amarelos, mais gordurosos por queijos magros.

lA obesidade aumenta o risco de desenvolvimento de várias outras doenças, entre elas, diabetes, hipertensão arterial, doença cardiovascular, osteoartrose e apnéia do sono, além de aumento dos níveis de colesterol e triglicérides.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

EPiLEPSIA


Embora a epilepsia seja conhecida desde a antiguidade, ainda há a necessidade de um maior aprofundamento sobre os diferentes tipos de crises, desde sua evolução até a resposta ao tratamento.

A epilepsia é relativamente frequente, uma vez que acomete de uma a duas pessoas em cada grupo de 100 indivíduos. É muito comum se reconhecer sua manifestação apenas quando ocorre a perda de consciência acompanhada de abalos musculares generalizados, liberação de urina e salivação excessiva. No entanto, há várias outras formas de manifestação clínica.

Causas
Elas variam conforme a idade e podem ser relacionadas a:

•Fatores genéticos;
•Lesões cerebrais adquiridas por ocasião do nascimento;
•Malformações ou doenças degenerativas do cérebro;
•Doenças infecciosas e parasitárias;
•Fatores tóxicos;
•Traumatismos cranianos;
•Distúrbios vasculares, metabólicos e nutricionais que agridam o cérebro.

Diagnóstico

O exame mais importante para o diagnóstico de epilepsia é o eletroencefalograma (EEG), que pode ser realizado no intervalo das crises ou inclusive, durante uma ocorrência.

Para aumentar a sensibilidade, o exame deve ser realizado com o indivíduo em vigília (acordado), em período de sonolência e durante o sono. Além disso, há uma fase de hiperventilação – respiração profunda por 3 ou 5 minutos – e outra fotoestimulação, na qual o cliente é estimulado como uma luz intermitente. Essas fases são necessárias porque  algumas pessoas só apresentam crises em determinados períodos do dia – durante o sono ou ao despertar – ou quando são submetidas a estímulos luminosos – como luz estroboscópica, televisão, videogame e computadores.

O EEG auxilia o médico na classificação do tipo de epilepsia, na escolha da medicação mais adequada, na definição do tempo de tratamento e na programação de exames complementares para o diagnóstico correto, como, por exemplo, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética do encéfalo, o exame do líquor (líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal) e alguns exames de sangue.

Tratamento 
Cerca de metade das epilepsias que ocorrem na infância são benignas, ou seja, as crises surgem durante alguns meses ou anos e desaparecem com a maturidade cerebral.

Por outro lado, 70% das pessoas com epilepsia têm crises completamente controladas com os medicamentos antipiléticos. Portanto, o primeiro passo para o controle das crises é o uso correto das medicações, respeitando rigorosamente a orientação do médico quanto aos horários em que devem ser tomadas.

Para aqueles 30% restantes que não controlam as crises com medicamentos, há alternativas, como o tratamento cirúrgico, que promove à remoção da parte do cérebro que dá origem as descargas elétricas que causam as crises. 

Em determinadas situações o médico pode recomendar mudança no padrão alimentar, que pode levar a uma alteração no metabolismo do paciente, favorecendo o controle das crises. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

REFLUXO GASTROESOFÁGICO


llO esôfago é um órgão que tem forma de um tubo e conduz o alimento mastigado da boca até o estômago. Ao chegar ao estômago, o alimento se mistura com a secreção gástrica (um líquido muito ácido, produzido pelo órgão) e começa a ser digerido em partículas menores. Se a secreção ácida do estômago refluir com muita frequência para o esôfago, pode ocorrer o que chamamos de doença do refluxo gastrosesofágico (DRGE).
O revestimento interno (mucosa) do estômago é muito resistente à secreção ácida produzida no local. Já a mucosa do esôfago não é. Dessa forma, se houver refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago ou para os órgãos adjacentes a ele, pode-se desencadear a doença. Ela é caracterizada por uma diversidade de sintomas que ocorrem no órgão agredido pela acidez da secreção gástrica.

Sintomas
Sintomas típicos: azia (sensação de queimação ascendente da região do estômago até o tórax e, em alguns casos, até o pescoço) e regurgitação (sensação de retorno da secreção ou dos alimentos do estômago ao esôfago e, ás vezes, até a garganta);
Sintomas atípicos: dor toráxica (parecida com dor de infarto do coração) e desconforto na região do pescoço, como se, nessa região, houvesse uma bola que sobe e desce).

Diagnóstico
Esporadicamente, alguns dos sintomas podem ocorrer por episódios isolados de refluxo. Entretanto, se eles persistirem ou forem muito intensos, é recomendável que se procure um médico.
Dependendo das características dos sintomas, o médico poderá orientar um tratamento clínico sem fazer nenhum tipo de exame. Por outro lado, se ele julgar que o quadro não está muito claro, ou se quiser fazer um diagnóstico mais preciso, solicitará alguns exames.

Os exames mais úteis para o diagnóstico da DRGE são:
lEndoscopia digestiva alta;
lBiópsia de esôfago para estudo microscópico;
lpH-metria esofágica prolongada;
lManometria esofágica;
lEstudo radiológilógio contrastado do esôfago;
lCintilografia esofágica.

Como é tratada a DRGE
A maior parte dos pacientes pode ser tratada com remédios, dieta e orientações comportamentais. As recomendações dietéticas mais úteis são evitar ingerir substâncias que favoreçam a ocorrência de refluxo ou que o tornem mais agressivo, tais como bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos, chocolate, achocolatados e condimentos fortes.
levitar deitar-se após as refeições;
lnão ingerir grande volume de líquidos durante as refeições;
lelevar, de 10 a 15 centímetros, a cabeceira da cama;
lemagrecer, se estiver acima do peso.
O tratamento cirúrgico é reservado para os pacientes que não toleram restrições dietéticas ou que não consigam aderir às orientações comportamentais e ao uso frequente de medicamentos. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

DAS CÉLULAS-TRONCO


llA terapia com células-tronco é a grande esperança para cura de muitas doenças que a medicina atual não tem recursos adequados para tratar.
Elas são tipos de células com duas características próprias. Em primeiro lugar, têm capacidade de se diferenciar em células com alto grau de especialização. Também quando se multiplicam dão origem a duas células filhas diferentes, ao contrário de outras estruturas celulares. Uma delas com novas características, iniciando-se assim a sua diferenciação, e outra idêntica a ela, a célula mãe.
Desta maneira, a quantidade de células-tronco de um determinado tecido não aumenta nem diminui. As células embrionárias são as células-tronco mais primitivas.
Na espécie humana, o ponto inicial do desenvolvimento do embrião é a junção do espermatozoide com o óvulo. Em seguida, o zigoto inicia as suas divisões celulares. Entre o quarto e o quinto dia, essa estrutura chega à cavidade uterina onde será implantada. Este estágio de desenvolvimento embrionário é chamado blastocismo. Ele é formado de uma parte periférica, que irá se transformar na placenta e uma parte central, onde se localizam as células-tronco. Em razão de sua capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de um dos nossos tecidos.
Obstáculos existem para a sua obtenção. Só as conseguimos sacrificando um embrião humano. Vários países já permitem que se usem fetos descartados, produzidos pelas técnicas de reprodução assistida. Conduta esta que ainda sofre restrições éticas, religiosas e até legais em alguns países. Outro problema é a probabilidade de rejeição por parte de quem recebe.
Na intenção de obter células-tronco com padrão idêntico ao do receptor, alguns centros médicos têm estimulado a coleta de células do cordão umbilical, quando do nascimento. Ele é possuidor de um grande estoque de células-tronco sanguíneas.
Outros tecidos, ao contrário do que se pensava, mantêm durante toda a vida um pequeno estoque desse tipo de células. Essas estruturas desempenham padrão importante na integridade e regeneração dos tecidos. É importante ressaltar que a existência desse tipo celular não implica, obrigatoriamente, que a regeneração ocorra. Afinal, no cérebro existe um estoque de células-tronco, mas as estruturas cerebrais não se regeneram. As suas lesões são definitivas.
As células-tronco mais numerosas e ativas são as da medula óssea, órgão responsável pela produção das nossas células sanguíneas como leucemias e aplasias respondem a esse tipo de tratamento.
Outra maneira de se obter esse tipo de estrutura celular é a clonagem. Cria-se um embrião com padrão genético idêntico a quem necessita desse tipo de terapêutica. O desenvolvimento desse embrião é então interrompido para que possa se retirar as suas células-tronco embrionárias. Obviamente, este procedimento é criticado sob o ponto de vista ético, religioso e legal.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

TESTE DE PATERNIDADE


llUtilizado para fins de identificação do pai biológico de uma criança, o teste de paternidade baseia-se na análise do DNA (ácido desoxirribonucleico), uma substância presente em todas as células do corpo, que é responsável pela transmissão das características hereditárias dos pais para seus filhos. Com exceção de gêmeos idêntico, cada pessoa tem um padrão único de DNA, a exemplo de sua impressão digital.
O exame identifica e compara várias regiões específicas do DNA do filho, da mãe do suposto pai, já que metade das informações genéticas contidas no DNA de cada pessoa é herdada da mãe e a outra metade, do pai biológico. 
Durante o teste, o padrão genético do filho é, primeiramente, comparado com o da sua mãe. Portanto, o teste de paternidade envolve, em uma primeira etapa, a identificação da mãe biológica do filho. Dentre as informações genéticas analisadas, aquelas que não correspondem às identificadas na mãe devem ser, obrigatoriamente, provenientes do lado paterno. Se o homem testado não possuir um padrão genético compatível com essa outra metade, conclui-se que ele não é o pai biológico.

llPor que o índice não chega a 100%?
Por que o teste de paternidade trabalha com exclusão. Ou seja, quando as informações genéticas provavelmente do lado paterno não são encontradas no homem testado, pode-se afirmar com certeza absoluta, que ele não é o pai biológico. Por outro lado, quando há compatibilidade entre os padrões de DNA do filho e do suposto pai, deve-se calcular a probabilidade de o homem testado ser, de fato, o pai biológico.
llMétodo de cálculo
Cada uma das regiões do DNA analisadas no teste apresenta variações de tamanho na população e essas variações ocorrem com uma determinada frequência em diferentes populações no planeta. A distribuição dessas frequências é usada para calcular quantas vezes é mais provável que um determinado homem seja o pai de uma pessoa em relação a qualquer outo indivíduo compatível do sexo masculino, tomado ao acaso na população estudada. Essa é a base do cálculo da probabilidade de paternidade, para determinar as frequências dos diferentes padrões do DNA encontrados em nossa população.
llColeta para o teste de paternidade
Em geral, são coletadas amostras de sangue da mãe, do filho e do suposto pai (núcleo completo), sem necessidade de jejum ou de preparos especiais. Excepcionalmente, amostras de swab (raspado) de material bucal podem ser coletadas. Recomenda-se que os participantes do teste façam a coleta na mesma ocasião, para preencher os formulários de identificação e autorização necessárias.

llResultado
O laudo fica pronto em 12 dias. Para garantir o sigilo do exame, o laboratório só entrega o resultado pessoalmente e nenhum registro do resultado é possível pela internet ou por telefone. Cada envolvido que tenha mais de 18 anos receberá um laudo original do teste.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

DIAGNÓSTICO PRECOCE DO PÉ DIABÉTICO IMPACTO EPIDEMIOLÓGICO E SOCIOECONÔMICO


llO glossário do Conselho Internacional sobre Pé Diabético define pé diabético como infecção, ulceração e/ ou destruição de tecidos moles associadas a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica (DAP) nos membros inferiores. Os dados epidemiológicos variam pela diversidade dos critérios diagnósticos e pelas mudanças regionais dos desfechos: em países desenvolvidos, a DAP surge com maior frequência, enquanto que nos países em desenvolvimento a infecção é, ainda, a mais comum complicação das úlceras que resulta em amputações.
Considerando-se estudos recentes que apontam incidência entre 1% a 4,1% e prevalência entre 4% e 10%, tem-se estimado a incidência de ulceração ao longo da vida entre portadores de diabetes mellitus (DM) em 25% e 85% das úlceras que precedem amputações. O aspecto mutilador da complicação se traduz em um problema de grande relevância médica, pelo impacto socioeconômico global resultante: a cada minuto, ocorrem duas amputações em todo mundo decorrentes do DM, o que explica, também, o elevado interesse no incremento das publicações sobre o tema: 0,7% (1980 a 1988) para 2,7% (1988 a 2004).
Grande parte das úlceras com infecção é tratada em ambulatório, contudo o binômio úlcera e infecção constitui a causa mais comum de internações prolongadas, concorrendo para 25% das admissões hospitalares dos Estados Unidos e implicando custos elevados (US$ 28 mil dólares), enquanto na Suécia a variação decorre da realização ou não de amputação (U$ 18.000 [sem amputação] e U$ 34mil [com amputação]). Em vários países em desenvolvimento, sabe-se que os leitos hospitalares em emergências e enfermarias estão ocupados por pacientes diabéticos com lesões em pés, amputações mal conduzidas e baixa resolução as indicações de revascularização.

llFatores implicados 
na ulceração
A neuropatia diabética (ND) está presente em 50% dos pacientes acima de 60 anos, sendo a polineuropatia simétrica distal ou polineuropatia diabética (PD) periférica a forma mais comum, seguindo-se a autonômica. Inquestionavelmente, trata-se do fator mais importante para originar úlceras em membros inferiores. A PD afeta 30% dos pacientes em atendimento clínico hospitalar e 20 a 25% na atenção básica, além de estar presente entre 10% daqueles com pré-DM. Se um em cada dois pacientes com PD não apresenta sintomas neuropáticos e a dor neuropática não é devidamente tratada entre 39%, deve-se efetuar  avaliação clínica anual, a exemplo do que se recomenda a outras complicações diabéticas (nefropatia, retinopatia, doença cardiovascular), visando ao diagnóstico precoce do risco de ulceração e/ ou amputação. 

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A PODEROSA VITAMINA D


llOs livros didáticos disponíveis atualmente ensinam que a vitamina D é essencial na formação dos ossos e dentes. Mas esses textos precisarão ser reformulados para acrescentar uma longa lista de benefícios descobertos recentemente, que revelam que a substância faz muito mais pelo organismo  do que se imaginava. Ela ajuda a emagrecer, fortalece o sistema de defesa do organismo auxilia na prevenção e tratamento de doenças como a diabetes e a hipertensão e está associada a uma vida mais longa – para falar somente de alguns de seus efeitos positivos. Por essa razão, a vitamina tornou-se a mais nova queridinha os médicos em todo o planeta. Muitos já estão solicitando a seus pacientes que meçam sua concentração no corpo e façam reposição se assim for necessário.
Um dos achados mais reveladores – e que ajuda a sustentar a nova atitude dos médicos – surgiu de um trabalho de cientistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Eles sequenciaram o código genético humano para averiguar quais regiões do DNA apresentavam receptores para a vitamina. Receptores são uma espécie de fechadura química só aberta por chaves compatíveis – nesse caso a vitamina D -, para liberar o acesso e a ação do composto à estrutura a qual pertencem.
O time de Oxford descobriu nada menos do que 2776 pontos de ligação com receptores de vitamina D ao longo do genoma. “A pesquisa mostra de forma dramática a ampla influência que ela exerce sobre nossa saúde”. Isso quer dizer que sua presença faz uma bela diferença na forma como trabalham os genes. “Todas as células mapeadas possuem receptores diretos da vitamina”.
A outra comprovação inquestionável do poder abrangente da vitamina no corpo humano veio de uma ampla revisão de trabalhos científicos realizada pela Sociedade Americana de Endocrinologia cujo resultado foi divulgado há dois meses. “Ela age no coração, no cérebro e nos mecanismos de proliferação e inibição de células, entre outros sistemas”. “A vitamina D também atua nos músculos, que são as únicas estruturas capazes de dar mais estabilidade aos ossos”.
Muito do que se sabe a respeito dos novos benefícios da substância é referente à diabetes tipo 2, que hoje exibe proporções epidêmicas no mundo. Trabalhos demonstram que níveis baixos da substância estão relacionados a uma disfunção ligada à origem da doença chamada resistência à insulina. A insulina é o hormônio que permite a entrada, nas células, da glicose circulante no sangue.
No caso da diabetes tipo 2, ela não consegue cumprir sua função corretamente e o resultado é o acúmulo de glicose na circulação sanguínea, o que caracteriza a enfermidade.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

CRESCE O USO DE DROGAS PARA EPILEPSIA E DIABETE NO TRATAMENTO DA OBESIDADE


llMenos de um ano após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter proibido a venda de remédios derivados da anfetamina para tratar obesidade, o consumo off label (indicação fora da bula) de drogas para epilepsia, depressão e diabete disparou no País.
Esses medicamentos (topiramato, liraglutida, bupropiona e metformina) não foram aprovados pelo tratamento da obesidade, mas também fazem perder peso. Por isso, têm sido indicados para quem não consegue emagrecer tomando sibutramina ou orlistate, as duas opções oficiais restantes.
Mas esses remédios ainda não foram amplamente testados para o tratamento da obesidade. Apesar de existirem estudos em andamento, ainda não é possível afirmar que são totalmente seguros e eficazes para esses casos.
O consumo do anticonvulsivante topiramato, por exemplo, cresceu 64% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2010, antes de a Anvisa proibir três dos medicamentos usados para emagrecer (anfepramona, femproporex e mazindol). Entre os principais efeitos colaterais do topiramato estão lentidão cognitiva, diminuição do raciocínio, esquecimento de palavras em um discurso e malformação fetal (risco de lábio leporino).
A liraglutida – indicada para tratar diabete e vendida com o nome de Victoza – chegou ao mercado em maio do ano passado e teve um crescimento explosivo nas vendas em setembro, mês em que uma reportagem em uma revista apontou como droga “milagrosa” na perda de peso.

llEUA aprovaram novos remédios
Após 13 anos sem registrar nenhuma nova droga para a obesidade, a FDA (agência norte americana que regulamenta fármacos e alimentos) autorizou no mês passado a venda de dois novos remédios moderadores de apetite.
A primeira droga a ganhar o aval do governo americano foi a locarserina (Belviq), da farmacêutica Arena.
Poucos dias depois, a FDA aprovou a venda do Qysimia da farmacêutica Vivus. A droga é a mistura de dois outros medicamentos já existentes: a fentermina (derivado da anfetamina) e o topiramato (anticonvulsivante usado para tratar epilepsia   e prevenir enxaqueca).
Tanto o Belvic quanto o Qysimia são indicados para adultos obesos com um índice e massa corporal (IMC) de 30 ou mais e também para adultos com IMC maior que 27 (considerado sobrepeso), desde que o paciente tenha ao menos uma comorbidade associada, como hipertensão, diabete do tipo 2, síndrome metabólica ou colesterol alto.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A COMPOSIÇÃO DE GORDURAS NOS ALIMENTOS


llDos laboratórios de nutrição à mesa de refeição, há um longo caminho. Nos tubos de ensaio, os nutrientes são analisados isoladamente. Quando se transformam em comida, tudo muda. “Caso fosse feito só de cacau, o chocolate estaria entre os alimentos mais saudáveis”. O doce, como o conhecemos, é feito de açúcar e leite, o que nos obriga a consumi-lo com moderação. O mais indicado é o com alto teor de cacau. Carne vermelha? Ela também começa a ser reabilitada. Dos cerca de 300 estudos publicados anualmente sobre o alimento, metade condena a sua ingestão, metade a absolve. Há pelo menos vinte anos tem sido assim. Pois bem, metade da gordura que compõe a carne vermelha é oleica, ou seja, a mesma ao saudabilíssimo azeite de oliva. A outra metade é saturada, que, quando consumida em doses ideais, como já se viu até aqui, é essencial para o bom funcionamento do organismo.

Os Diferentes tipos de Gordura
Gordura Saturada
Principais fontes: Carne animal, leite, queijos, óleo de palma, cacau, óleo de coco e coco.
Funções no organismo: Está associada à fabricação dos hormônios sexuais e à integridade das membranas celulares. Participa do armazenamento das vitaminas A, D, E e K nas células.
Riscos do excesso: Aumenta o colesterol ruim (LDL) – o consumo diário de 1% além do limite está associado a um acréscimo de 1,5 miligramas por decilitro do LDL em um mês.
Doenças associadas ao consumo excessivo: Infarto, aterosclerose e hipertensão.
Poli-Insaturada
Principais fontes: Óleo de soja, linhaça, óleo de girassol e óleo de milho.
Funções no organismo: Auxilia na manutenção das membranas celulares, participa da fabricação de hormônios e tem ação anti-inflamatória nas células.
Riscos do excesso: Possui alta capacidade de oxidação, o que leva à formação de radicais livres, moléculas com efeito tóxico, e à redução do calibre das artérias.
Doenças associadas ao consumo excessivo: Infarto, aterosclerose e linfomas.
Monoinsaturada
Principais fontes: Abacate, óleo de oliva, amêndoa e castanha-de-caju.
Funções no organismo: Mantém a integridade das membranas celulares, tem em sua composição substâncias antioxidantes e aumenta o colesterol bom, o HDL.
Riscos do excesso: Aumento de peso.
Doenças associadas ao consumo excessivo: Obesidade, tal qual acontece com as outras gorduras.
Gordura Trans
Principais fontes: Biscoitos, sorvetes, salgadinhos de pacote, bolos e tortas industrializados.
Funções no organismo: Nenhuma. Essa gordura é produzida industrialmente, de modo a dar sabor e crocância aos alimentos.
Riscos do excesso: Aumenta o LDL e diminui o HDL no sangue. Também está associada ao acúmulo de gordura visceral. Além disso, danifica as membranas celulares.
Doenças associadas ao consumo excessivo: Diabetes, derrame, hipertensão, infarto e depressão.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A GORDURA DO BEM


llAté recentemente, conforme os manuais da boa alimentação, o máximo preconizado de gordura saturada era de 7% do total de calorias ingeridas diariamente. Agora, o limite foi estendido a 10%. Pode parecer pouco, mas essa diferença equivale a um torresmo. Ou a uma colher e meia de sopa de manteiga. Ou ainda a um bife de picanha. Embora não seja unanimidade, o afrouxamento nos parâmetros já consta das Diretrizes Alimentares Americanas, da FDA. No Brasil, com o objetivo de orientar os médicos e pacientes sobre as novas recomendações, 31 profissionais da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Acabam de concluir a mais ampla cartilha já feita sobre a associação entre o consumo de gorduras e as doenças cardiovasculares.
Em quantidades ideais a gordura saturada é essencial para o bom funcionamento do organismo. Ele integra as membranas celulares e participa do armazenamento das vitaminas A, D, E e K nas células do organismo. Em excesso, porém, o nutriente provoca o acúmulo de colesterol ruim, o LDL, nos vasos sanguíneos. Pois bem, a gordura saturada consumida em demasia nem sempre é maléfica. Por um simples e único motivo: ela tem várias versões. As gorduras são um amontoado de moléculas constituídas sobre tudo por átomos de carbono e de hidrogênio. O que difere uma das outras é, basicamente, a proporção nutre os dois. Quanto mais hidrogênio, mais danosa será a gordura, se consumida além dos limites recomendados. Em quantidades desproporcionais, os átomos de hidrogênio fazem com que a molécula de gordura se solidifique e adquira um formato uniforme. Tais características facilitam a sua ligação ao LDL, o colesterol ruim, no fígado. Assim quando o LDL sai do fígado e cai na corrente sanguínea, carrega um grande volume de gordura saturada, lesionando a parede das artérias. Com poucos átomos de hidrogênio, a molécula permanece disforme e leve, o que dificulta a sua entrada no colesterol ruim.
Por essas definições, chegou-se a quatro principais tipos de gordura saturada. A mais perniciosa, quando ingerida em abundância, é a do óleo de coco, chamada láurica. Aos que aderiram à onda recente das pílulas de óleo de coco para emagrecer, fica o alerta. Em vez de uma silhueta enxuta, há o risco da multiplicação de artérias entupidas por moléculas de gordura láurica. 
Depois da láurica, a mais perigosa na lista das saturadas é a gordura encontrada no leite em seus derivados, conhecida como mirística. Em terceiro lugar, a palmítica, da carne animal. A boazinha entre as saturadas é a que se obtém do cacau, a esteárica. Em vez de se ligar ao colesterol ruim do fígado, ela é convertida em um tipo de gordura insaturada, a gordura do bem, a mesma do óleo de oliva extravirgem, conhecida como oleica. 
Na próxima edição falarei sobre os diferentes tipos de gordura.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 26 de julho de 2012

IODO NO SAL E AS RECOMENDAÇÕES OFICIAIS


llPosição do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, relativa à consulta pública (nº35) proposta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada no Diário Oficial da União de 06/07/2011.
As recomendações de vários grupos internacionais se assemelham em relação à ingesta adequada de iodo em diferentes faixas etárias e situações:
• 0 – 7 anos de idade, 90 microgramas (mcg)
• 7 – 12 anos de idade, 120 mcg
• Acima de 12 anos de idade, 150 mcg
• Mulheres grávidas ou em amamentação, 200 a 250 mcg.
No Brasil, a última Pesquisa de Orçamentos Domiciliares do Ministério da Saúde, de 2003, apontou que o brasileiro possui, em média, o consumo domiciliar diário de sal de 9,6 g. Esse valor, somado ao sal proveniente de alimentos consumidos fora de casa, perfazem um consumo de 12g de sal ao dia. 
Ao contrário, o International Council for the Control of Iodine Deficiency Disorders (ICCIDD) considera que apenas 70 a 89% da população no vasto território nacional tem acesso ao sal iodado o que levanta a suspeita de que parte dos brasileiros sequer tem acesso às quantidades mínimas de iodo necessárias para evitar os males da deficiência.
Existem evidências sugerindo que o consumo elevado de iodo pode ser uma das causas do aumento do número de casos de tireoidite de Hashimoto (Hipotireoidismo), mas outras causas também podem estar envolvidas, incluindo um longa lista de disruptores tireoidianos químicos como os bisfenois, a exposição à radiação ionizante, o stress, vírus, etc.
Por outro lado, o consumo de iodo nos níveis preconizados como adequados, e que são fornecidos pela adição de 20 a 60mg de iodo a cada quilo de sal, previne a maior causa evitável de deficiência mental existente no mundo, que é o cretinismo endêmico, além de prevenir o bócio e, possivelmente o câncer de tireoide de formas mais agressivas como o carcinoma folicular da tireoide. 
A Consulta Pública da Anvisa baseia-se na observação de que a população Brasileira consome níveis excessivo de sal, o que está relacionado principalmente ao aparecimento de números assustadoramente crescentes de casos de Hipertensão Arterial.
A própria Anvisa estabelece a redução do conteúdo de sal, gorduras, gordura trans e açúcar nos alimentos. Acreditamos que este deve ser o foco da Agência através de normas e ações reguladoras dos alimentos industrialializados, particularmente aquele ofertados para crianças e adolescentes. Diminuir a quantidade de iodo do sal não apenas não resolverá tal problema como possivelmente trará consequências nefastas acima descritas.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 19 de julho de 2012

NOVOS MEDICAMENTOS PARA EMAGRECER


llDepois de dez anos de estudos, a FDA, a agência responsável pela regulamentação de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, aprovou a comercialização de um novo comprimido antiobesidade, a lorcaserina. A ser vendido sob nome comercial de Belviq, este é o primeiro remédio para emagrecer autorizado desde 1999, quando foi dado sinal verde ao orlistat, princípio ativo do Xenical, fármaco com efeitos colaterais inconvenientes por agir diretamente no intestino. A lorcaserina foi recebida sem muito entusiasmo pelos especialistas. A falta de ânimo é compreensível. Administrada duas vezes por dia, em dose de 10 miligramas cada uma, ela promove uma redução de 5,8% do peso corporal em um ano – associada, compulsoriamente, a dieta e exercícios físicos. No mesmo período, sob as mesmas condições, as medicações existentes no mercado brasileiro promovem perdas maiores. Com a sibutramina, o remédio antigordura mais vendido no país, à diminuição é de pelo menos 7%. Com a liraglutida (ou Victoza), para o tratamento de diabetes, indicada contra os quilos em excesso pelos médicos, o impacto é de 10% a menos.
A lorcaserina age seletivamente no sistema nervoso central, estimulando a ação da serotonina, um dos neurotransmissores associados à saciedade. “O novo remédio oferece poucos efeitos colaterais”. As reações mais comuns foram enjoo e dor de cabeça, entre outras. Durante os estudos clínicos, a lorcaserina não apresentou a mais perigosa das complicações dos remédios com ação sobre a serotonina, o aumento dos riscos cardiovasculares, como acontece om a sibutramina.
Atualmente, há oito medicamentos emagrecedores em análise na FDA. O mais promissor deles, cuja aprovação deve sair até o fim do ano, é o Qnexa. A medicação traz em sua composição dois princípios ativos, o anorexígeno fentermina e o anticonvulsivamente topiramato. A combinação faz com que o paciente perca até 14% de seu peso em um ano.

llPrincípio ativo: locarserina
Mecanismo de ação: estimula a atuação da serotonina, neurotransmissor associado à sensação de saciedade.
Efeitos colaterais: enjoo, tontura, dor de cabeça, alteração de memória e déficit de atenção.
Resultado com dieta e exercício físico: Redução média do peso corporal, em um ano.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 12 de julho de 2012

OBESIDADE INFANTIL


llA prevenção da obesidade na infância é capaz de reduzir de maneira significativa à ocorrência de problemas crônicos futuros, tais como as doenças cardiovasculares, que afetam 30% da população adulta brasileira.

Sedentarismo
A raiz da Obesidade
A vida moderna contribui para surgirem cada vez mais obesos. A culpa nem sempre é só da alimentação. Comodidades também contam, como elevadores, carros e certos confortos da vida moderna, como a tecnologia que nos abastece com informações 24 horas por dia pela internet e canais a cabo.
A humanidade selecionou ao longo de séculos de escassez de alimentos e a necessidade de sobrevivência em condições adversas os chamados genes poupadores. Pessoa sob a influência desses genes tem muito mais facilidade para engordar. “Acrescenta-se a isso o hábito de consumir alimentos de alto valor calórico, cada vez mais disponíveis em lojas de conveniência, nos pratos congelados ou semiprontos e nos deliveries”. Há famílias que jantam pizza um dia, sanduíche no outro, esfiha no terceiro dia e recomeçam tudo de novo no quarto dia. Somado a essa realidade, há violência urbana, as crianças quase não saem de casa, nem brincam mais na rua, como era comum em tempos passados.
Algo preocupante é que os problemas associados à obesidade já se iniciam na infância. Os mais comuns, além dos psicológicos, como baixa autoestima, são a elevação do colesterol e triglicérides e o aumento da pressão arterial. “Essas alterações não são boas para o coração e nem para o sistema vascular”.

Retrospecto das brincadeiras
Década de 70
Poucos recursos eletrônicos e muita imaginação. Época de brincadeiras na rua como o pula-sela, jogos coletivos, carrinhos de rolemã e bonecas de minissaia.
Grande sucesso: Vai e Vem – uma bola atravessa o fio conforme o jogador a impulsiona com argolas – e articuláveis como Playmobil.
Década de 80
Carrinhos com controle remoto, bonecas movidas á pilha, início da era dos jogos eletrônicos. Brincadeiras na rua ainda são a preferência da garotada.
Grandes sucessos: o brinquedo eletrônico Genius, um dos primeiros vídeo games e sucesso Atari, boneca Barbie e Xuxa.
Década de 90
Os programas televisivos ganham destaque, entre eles o Castelo Ra-Tim-Bum e Pokemon. As crianças brincam menos nas ruas e concentram-se nos jogos eletrônicos.
1ª década do século XXI
Jogos eletrônicos interativos e online predominam na preferência da garotada. Acessibilidade à internet e TVs a cabo estimulam a criança a passar longas horas diante do monitor.
Fuja dessas armadilhas
• Compensações alimentares em troca da ausência dos pais;
• Armários de mantimentos cheios de guloseimas;
• Fast-foods e deliveries sem critério;
• Lanches calóricos entre as refeições.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 5 de julho de 2012

RETINOPATIA DIABÉTICA


llDefinida como uma complicação microvascular específica do diabetes mellitus (DM), a retinopatia diabética (RD) constitui a principal causa de cegueira evitável na população economicamente ativa (20-74), sobretudo quando a doença chega a seu estágio proliferativo, caracterizado pela presença de neovascularização na retina e/ou no disco óptico. Para ter uma idéia, identificam-se sinais de RD em cerca de um terço dos 246 milhões de portadores do DM. Após 15-20 anos do diagnóstico, a retinopatia ocorre em quase todos os pacientes com diabetes tipo 1 e em mais de 60% daqueles com diabetes tipo 2. 
Estudos epidemiológicos sugerem que a doença ocular, ainda que na forma leve, associa-se ao dobro ou até ao triplo de risco de infarto do miocárdio, síndrome coronariana e falência do miocárdio, de modo independente dos fatores de risco cardiovasculares. O fato é que a retinopatia parece ser um marcador de doença sistêmica, devendo-se portanto, intensificar o acompanhamento clínico desses pacientes. Na prática, a Academia Americana de Oftalmologia recomenda o primeiro exame oftalmológico entre três e cinco anos após o diagnóstico de diabetes tipo 1 ou, então logo após a confirmação da doença endócrina, no caso de diabetes tipo 2. A avaliação tem que incluir exame de fundo de olho com oftalmoscopia indireta e/ou retinografia.
A periodicidade desses testes deve ser anual, independentemente do tipo DM.
A avaliação mais freqüente e a utilização de outros exames, como angiofluoresceinografia e a tomografia de coerência óptica (OCT), podem ser úteis para o acompanhamento da evolução do quadro ou da estratégia terapêutica em pacientes selecionados. Uma vez feito o diagnóstico da RD, a fotocoagulação com laser permanece como a essência da terapia oftalmológica da condição, embora os estudos clínicos já apontem benéficos anatômicos e visuais para os portadores de maculopatia e retinopatia diabética proliferativa após a injeção de anticorpos que bloqueiam o fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF).
A cirurgia de vitrectomia vem sendo indicada para tratamento do edema macular refratário ao laser, especialmente na presença de componentes tradicionais, tais como tração vitreomacular, membrana epirretiniana e deslocamento de retina próximo à região da mácula.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 28 de junho de 2012

PUBERDADE PRECOCE


llA puberdade é o período que corresponde ao desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, ocorrendo geralmente entre os 8 e 13 anos de idade, nas meninas, e dos 9 aos 14 anos, nos meninos.
O processo normal se dá a partir da maturidade das gônadas (ovários e testículos) e do aumento da produção de androgênios pelas glândulas suprarrenais. Nas meninas, inicia-se com o aparecimento das mamas (telarca), do aceleramento do crescimento linear e da menarca, que ocorre aproximadamente dois anos após a telarca. Nos meninos, começa com o aumento dos testículos (gonadarca), acompanhado pela pubarca e pelo crescimento linear.
A puberdade é considerada precoce quando emerge antes dos 8 anos, nas meninas, e antes dos 9 anos, nos meninos, sendo classificada em três tipos: puberdade dependente e gonadotrofinas, ou central, puberdade precoce independente de gonadotrofinas, ou periférica, e variantes normais do desenvolvimento puberal, nas quais um dos caracteres sexuais secundários (telarca, pubarca ou menarca) pode estar desenvolvido isoladamente sem que haja outros sinais de maturação sexual. Esse processo, contudo é benigno e autolimitado.
Cerca de 5% da população geral entra na puberdade fora da idade usual, antes ou depois do período normal. A precocidade puberal, no entanto, é cerca de 10 a 20 vezes mais prevalentes nas meninas do que nos meninos. A origem étnica também exerce influência no desencadeamento desse processo. Os afrodescendentes, por exemplo,tendem a se tornar púberes antecipadamente.
A puberdade precoce central é resultante da ativação do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas. Tem como maior conseqüência clínica, a baixa estatura na idade adulta, caso a criança não seja tratada adequadamente.

Causas da precocidade puberal
• Idiopática
• Genética
• Doenças do sistema nervoso central:
• Hamartomas hipotalâmicos
• Tumores: astrocitomas, craniofaringiomas, gliomas, ependimomas, neurofibromas e disgerminomas
• Infecções e processos inflamatórios do sistema nervoso central
• Outras: cisto supresselar, cisto aracnóideo, hidrocefalia, displasia septo-óptica, meningomielocele e malformações vasculares
• Exposição prolongada a andrógenos
De qualquer modo, é imprescindível proceder a uma investigação cuidadosa da etiologia da disfunção puberal, ainda que a maioria dos casos seja idiopática. O fato é que apenas 10% das meninas com esse tipo de puberdade apresentam alguma associação com doenças no sistema nervoso central. Não há regra geral, porém na prática clínica, observa-se que quanto mais cedo a puberdade se manifestar, maior o risco de existirem alterações orgânicas associadas.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 21 de junho de 2012

OSTEOPOROSE


llA osteoporose é uma doença que leva à fragilidade dos ossos, aumentando o risco da ocorrência de fraturas. Apesar da osteoporose acometer, com mais freqüência, mulheres na pós-menopausa, ela pode ocorrer em ambos os sexos. Sua complicação mais temida é a fratura osteoporótica, que é mais freqüente na coluna vertebral, no fêmur e no punho.

FATORES DE RISCO
Quanto maior a idade, maior o risco de apresentar osteoporose em ambos os sexos, sendo que as mulheres são afetadas mais precocemente em razão das modificações do perfil hormonal na menopausa. Segundo dados americanos, uma em cada três mulheres brancas terá uma fratura osteoporótica após a menopausa.
 Outros fatores de risco são: antecedente familiar de osteoporose, composição corporal magra, menopausa precoce, doenças crônicas na infância e, particularmente, na adolescência (que é a fase essencial para a aquisição de massa óssea), dieta pobre em cálcio (presente no leite e derivados), tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, hipertiroidismo, hiperparatiroidismo, doenças renais, hepáticas e pulmonares crônicas, câncer, doenças intestinais que causam má absorção de nutrientes e o uso prolongado do costicosteróides.
A atividade física estimula a formação óssea principalmente por meio do fortalecimento da massa muscular. Estão indicados exercícios com peso e de impacto, como correr, caminhar e pedalar. 

COMO DIAGNOSTICAR A DOENÇA
O exame de densitometria óssea é o melhor método para avaliação da osteoporose.
A densitometria é um exame rápido, indolor e que envolve doses de radiação tão pequenas quanto às recebidas em um dia de sol na praia. O teste quantifica a massa óssea por meio de sua densidade e informa se o valor obtido está dentro do esperado ou menor, comparando com uma população de adultos jovens. As regiões mais comumente estudadas são o fêmur e as vértebras lombares, por ser sede das fraturas osteoporóticas mais freqüentes. 
Como o metabolismo do osso é muito lento, a densitometria óssea deve ser repetida em intervalos de, no mínimo, 1 a 2 anos, salvo em casos especiais. 
 Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será a resposta ao tratamento. Medidas como o aumento de ingestão de cálcio, a prática regular de exercícios físicos e a exposição solar são recomendadas. Atualmente existem várias medicações que podem diminuir a velocidade de perda óssea ou até estimular a sua formação, que podem ser indicadas pelo médico a depender de cada caso.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 14 de junho de 2012

H.P.V PAPILOMAVÍRUS


ll O HPV é um vírus muito comum que afeta tanto homens quanto mulheres. Existem mais de 100 tipos diferentes de HPV. Alguns deles causam verrugas nas mãos, nos genitais e nos pés. Entretanto, a maioria não causa nenhum tipo de sintoma e desaparece sem qualquer tratamento.
Cerca de 30 tipos de HPV são conhecidos como HPV genitais, porque afetam a área genital. Alguns provocam mudanças nas células do revestimento do colo do útero. Caso não sejam tratadas, essas células anormais podem se tornar células cancerosas. Outros tipos de HPV causam verrugas genitais e modificações benignas (anormais, mas não cancerosas). Outros tipos de HPV provocam resultados anormais no exame de Papanicolau.
O HPV é provavelmente mais comum do que você pensa. Em 2001, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que cerca de 630 milhões de pessoas (9%-13%) estavam infectadas com o HPV. Atualmente, estima-se que na cidade de São Paulo pelo menos 25% dos indivíduos adultos com atividade sexual tiveram contato ou são portadores do vírus.
Qualquer pessoa que tenha qualquer tipo de contato sexual. É excepcional, porém é possível adquirir o vírus sem a ocorrência de intercurso sexual. O HPV é altamente contagioso; assim pode-se adquiri-lo com uma única exposição.
Para a maioria das pessoas que têm o HPV, as defesas do corpo são suficientes para eliminar o vírus. Entretanto, para algumas, certos tipos de HPV podem desenvolver verrugas genitais ou alterações benignas no colo do útero, na vagina e na vulva.
No caso das mulheres, a maioria fica sabendo que tem o HPV por intermédio do resultado anormal do exame de Papanicolau. Esse exame é feito com a coleta de material durante a consulta ginecológica e permite a detecção de células anormais no revestimento do colo do útero. Outro teste- o do DNA do HPV ou captura híbrida para o HPV – está disponível nos laboratórios e consultórios para a detecção dos tipos de HPV relacionados ao câncer de colo de útero.
Também nos homens as manifestações clínicas mais comuns são as verrugas genitais, causadas pelos tipos 6 e 11 do vírus. Mas alguns tipos de HPV de alto risco, como o 16 e o 18, também causam câncer, como os de pênis e de ânus.
Para reduzir o risco de infecções genitais pelo HPV, você deve evitar qualquer tipo de atividade sexual que envolva o contato genital ou limitar o número de parceiros sexuais. 
Não existe forma de prevenção 100% segura, já que o HPV pode ser transmitido até mesmo por meio de um objeto. Calcula-se que o uso da camisinha consiga barrar entre 70% e 80% das transmissões. A novidade foi a chegada, em 2006, da primeira vacina capaz de prevenir a infecção pelos dois tipos mais comuns.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 7 de junho de 2012

DISFUNÇÃO ERÉTIL


llA disfunção erétil, também chamada em ocasiões de “impotência”, é a incapacidade de alcançar ou manter a ereção suficientemente estável para ter relações sexuais. Em geral, após dois meses sem poder manter ereções, considera-se que o paciente sofre de disfunção erétil.
A palavra “impotência” também pode ser usada para descrever outros problemas que interferem com o ato sexual, problemas vinculados com a ejaculação e orgasmos. É importante associar a deficiência de testosterona com a disfunção erétil e não a impotência, já que esta última pode estar relacionada com outras causas.
A incidência da disfunção erétil aumenta com a idade; cerca de 5% dos homens de 40 anos e entre 15% e 25% dos homens com mais de 65 anos sofrem de disfunção erétil. Nos homens mais velhos, a disfunção erétil em geral tem a sua origem em doenças concomitantes, acidentes ou efeitos secundários de algum medicamento. Qualquer desordem que cause uma lesão nos nervos ou impede a passagem de sangue ao pênis tem o potencial de causar disfunção erétil.

QUAIS SÃO AS CAUSAS DA DISFUNÇÃO ERÉTIL?
Doenças como diabetes, doenças renais, alcoolismo crônico, esclerose múltipla, aterosclerose, doenças cardiovasculares e doenças neurológicas representam 70% das causas de disfunção erétil.
Medicamentos, como os anti-hipertensivos, anti-histamínicos e antidepressivos, tranqüilizantes, supressores do apetite e a cimetidina (medicamento para úlcera gástrica) podem causar disfunção erétil como efeito secundário e outros fatores psicológicos, como estresse, ansiedade, sentimento de culpa, depressão, baixa auto-estima e medo do fracasso sexual são a causa de 10 e 20% dos casos de disfunção erétil.
Outros fatores como o tabagismo, que afeta o fluxo sanguíneo nas veias e artérias, e as anormalidades hormonais, como a deficiência de testosterona, estão associados à disfunção erétil.

COMO A TESTOSTERONA INTERVEM NA DISFUNÇÃO ERÉTIL?
No entanto, o ambiente emocional do indivíduo é de primordial importância como causa de disfunção erétil já que são vários hormônios que atuam nos órgãos sexuais no homem. A complexidade da disfunção erétil é focalizada na conexão entre os componentes estruturais dos órgãos sexuais e os componentes neurológicos que regulam a atividade vascular. É por isto que a perda de androgênios concretamente de testosterona, ou qualquer alteração nestes sistemas podem causar disfunção erétil.

O TRATAMENTO HORMONAL PODE AJUDAR A MELHORAR A DISFUNÇÃO ERÉTIL?
A terapia com testosterona pode melhorar a energia, o estado de ânimo, a densidade dos ossos, aumentar a massa muscular e intensificar o interesse sexual nos homens de idade avançada que têm níveis deficientes de testosterona.


Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista