quinta-feira, 5 de julho de 2012

RETINOPATIA DIABÉTICA


llDefinida como uma complicação microvascular específica do diabetes mellitus (DM), a retinopatia diabética (RD) constitui a principal causa de cegueira evitável na população economicamente ativa (20-74), sobretudo quando a doença chega a seu estágio proliferativo, caracterizado pela presença de neovascularização na retina e/ou no disco óptico. Para ter uma idéia, identificam-se sinais de RD em cerca de um terço dos 246 milhões de portadores do DM. Após 15-20 anos do diagnóstico, a retinopatia ocorre em quase todos os pacientes com diabetes tipo 1 e em mais de 60% daqueles com diabetes tipo 2. 
Estudos epidemiológicos sugerem que a doença ocular, ainda que na forma leve, associa-se ao dobro ou até ao triplo de risco de infarto do miocárdio, síndrome coronariana e falência do miocárdio, de modo independente dos fatores de risco cardiovasculares. O fato é que a retinopatia parece ser um marcador de doença sistêmica, devendo-se portanto, intensificar o acompanhamento clínico desses pacientes. Na prática, a Academia Americana de Oftalmologia recomenda o primeiro exame oftalmológico entre três e cinco anos após o diagnóstico de diabetes tipo 1 ou, então logo após a confirmação da doença endócrina, no caso de diabetes tipo 2. A avaliação tem que incluir exame de fundo de olho com oftalmoscopia indireta e/ou retinografia.
A periodicidade desses testes deve ser anual, independentemente do tipo DM.
A avaliação mais freqüente e a utilização de outros exames, como angiofluoresceinografia e a tomografia de coerência óptica (OCT), podem ser úteis para o acompanhamento da evolução do quadro ou da estratégia terapêutica em pacientes selecionados. Uma vez feito o diagnóstico da RD, a fotocoagulação com laser permanece como a essência da terapia oftalmológica da condição, embora os estudos clínicos já apontem benéficos anatômicos e visuais para os portadores de maculopatia e retinopatia diabética proliferativa após a injeção de anticorpos que bloqueiam o fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF).
A cirurgia de vitrectomia vem sendo indicada para tratamento do edema macular refratário ao laser, especialmente na presença de componentes tradicionais, tais como tração vitreomacular, membrana epirretiniana e deslocamento de retina próximo à região da mácula.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

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