quinta-feira, 29 de março de 2012

Acidente Vascular Cerebral

llPrevina e identifique 
É comum que a primeira reação para socorrer quem “passa mal” seja colocar sal debaixo da língua ou a automedicação. Ás vezes, achar que uma situação como essa é um simples mal-estar pode ser fatal. Dor de cabeça repentina, desequilíbrio, dificuldades para falar, visão turva e fraqueza em um dos lados do corpo podem ser sinais de um derrame, como é conhecido o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Existem dois tipos, o hemorrágico e o isquêmico. O primeiro é provocado pelo rompimento de um ou mais vasos sanguíneos no tecido cerebral ou no espaço que circunda o cérebro. É o mais perigoso e costuma estar associado a dores de cabeça súbita. O AVC mais freqüente representando cerca de 75% dos casos. Ele se dá quando uma ou mais artérias cerebrais ficam obstruídas por placas de gordura ou coágulos. Em 1995, um estudo clínico publicado no “New England Journal of Medicin” comprovou que um tratamento adequado em até 3 horas diminui as chances das vítimas terem seqüelas. Quanto antes o atendimento médico-hospitalar acontecer, maiores as chances de sobrevivência e de evitar seqüelas, como problemas mentais e físicos.

llSintomas
Normalmente repentinos: perda de força dos membros, dor de cabeça, alterações na fala e na expressão, desequilíbrio, perda ou diminuição da consciência, alterações do campo visual e, eventualmente, convulsões.
llO que fazer
É um erro considerar que a vítima está apenas “confusa”, principalmente no caso de idosos, e tratá-la imediatamente com qualquer tipo de medicamento. Frente a estes sintomas, é preciso manter a pessoa deitada, e contatar um serviço de emergência.

llTratamento
O melhor tratamento para o Acidente Vascular Cerebral é a prevenção. Fatores de risco: hipertensão, diabetes, colesterol elevado, tabagismo, alcoolismo, obesidade abdominal, sedentarismo e estresse.

llAterosclerose
Doença que mais mata e invalida os brasileiros, causa mais freqüente dos AVCs. É provocada pelo depósito de colesterol na parede das artérias, ela tem incidência muito maior nas mulheres do que todos os tipos de cânceres juntos isso atribui à sua presença cada vez maior no mercado de trabalho, hormônios após a menopausa e aumento do tabagismo.
Hábitos de vida são os principais responsáveis: sedentarismo, obesidade, tabagismo e, principalmente, estresse. Gerando infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e perda de membros por amputação.
É uma doença grave, que evolui lenta e silenciosamente. Porém quando se manifesta, o faz de maneira agressiva, causando problemas sérios e até  mesmo à morte.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 22 de março de 2012

OBESIDADE INFANTIL

llA prevenção da obesidade na infância é capaz de reduzir de maneira significativa a ocorrência de problemas crônicos futuros, tais como as doenças cardiovasculares, que afetam 30% da população adulta brasileira.

Sedentarismo – A raiz da Obesidade
A vida moderna contribui para surgirem cada vez mais obesos. A culpa nem sempre é só da alimentação. Comodidades também contam, como elevadores, carros e certos confortos da vida moderna, como a tecnologia que nos abastece com informações 24 horas por dia pela internet e canais a cabo. 
A humanidade selecionou ao longo de séculos de escassez de alimentos e da necessidade de sobrevivência em condições adversas os chamados genes poupadores. Pessoas sob a influência desses genes têm muito mais facilidade para engordar. “Acrescenta-se a isso o hábito de consumir alimentos de alto valor calórico, cada vez mais disponíveis em lojas de conveniência, nos pratos congelados ou semiprontos e nos deliveries. Há famílias que jantam pizza um dia, sanduíche no outro, esfiha no terceiro dia e recomeçam tudo de novo no quarto dia. Somado a essa realidade, há violência urbana, as crianças quase não saem de casa, nem brincam mais na rua, como era comum em tempos passados. 
Algo preocupante é que os problemas associados à obesidade já se iniciam na infância. Os mais comuns, além dos psicológicos, como baixa autoestima, são a elevação do colesterol e triglicérides e o aumento da pressão arterial. “Essas alterações não são boas para o coração e nem para o sistema vascular”.
Retrospecto das brincadeiras
Década de 70
Poucos recursos eletrônicos e muita imaginação. Época de brincadeiras na rua como o pula-sela, jogos coletivos, carrinhos de rolemã e bonecas de minissaia. Grande sucesso: Vai e Vem – uma bola atravessa o fio conforme o jogador a impulsiona com argolas – e bonecos articuláveis como Playmobil.
Década de 80
Carrinhos com controle remoto, bonecas movidas á pilha, início da era dos jogos eletrônicos. Brincadeiras na rua ainda são a preferência da garotada. Grandes sucessos: o brinquedo eletrônico Genius, um dos primeiros vídeo games de sucesso Atari, boneca Barbie e Xuxa. 
Década de 90 
Os programas televisivos ganham destaque, entre eles o Castelo Ra-Tim-Bum e Pokemon. As crianças brincam menos nas ruas e concentram-se nos jogos eletrônicos.

1ª década do século XXI
Jogos eletrônicos interativos e online predominam na preferência da garotada. Acessibilidade à internet e TVs a cabo estimulam a criança a passar longas horas diante do monitor.

Fuja dessas armadilhas
• Compensações alimentares em troca da ausência dos pais;
• Armários de mantimentos cheios de guloseimas;
• Fast-foods e deliveries sem critério;
• Lanches calóricos entre as refeições.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 15 de março de 2012

OBESIDADE E CÂNCER: as Doenças do Século

llO surgimento da epidemia da obesidade começa, quase que simultaneamente, na maioria dos países de alta renda, por volta das décadas de 1970 e 1980. Desde então, a maioria dos países de renda média e muitos países de baixa também se tornaram vítimas do aumento global da prevalência de obesidade em adultos e crianças.
Atualmente, a obesidade é a desordem metabólica mais comum do Ocidente. Estimativas globais recentes mostram que 1,46 bilhões de adultos estão acima do peso, (Índice de Massa Corporal, IMC > 25 Kg/m2) e 502 milhões de adultos são obesos (IMC > 30Kg/m2). 
Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer que são passíveis de prevenção, depois do tabagismo, o sobrepeso/obesidade parece ser a causa mais importante do câncer que pode ser evitada na população com estilo de vida ocidentalizado. Fato este que vem sendo comprovado por vários estudos epidemiológicos. Mulheres com excesso de peso têm risco aumentando para o desenvolvimento de câncer do endométrico e câncer após a menopausa. Além disso, evidências crescentes sugerem que o aumento da adiposidade está associada com o aumento da incidência ou morte de uma grande variedade de tipos de câncer, incluindo cólon e reto, ovário, endométrico, vesícula, esôfago, pâncreas, rim, fígado e próstata.
Sabe-se que o excesso de peso em homens e mulheres resulta no aumento de 1,52 e 1,62, respectivamente, no risco relativo de morte por câncer. E, caso a obesidade fosse prevenida, poderiam ser evitados aproximadamente 10% dos casos de morte por câncer em não fumantes.
Dessa forma, é notável que as modificações metabólicas ocasionadas pela obesidade corroborem para criação de um ambiente favorável que irá promover o desenvolvimento tumoral. 
Metformina: Nova Arma Terapêutica para o Câncer?
Recentes estudos têm demonstrado que a metformina é capaz de reduzir o risco de câncer. Além disso, observaram que substância também é capaz de reduzir o crescimento tumoral em animais induzidos à obesidade por dieta hiperlipídica. Nesse sentido, recente estudo encontrou que a metformina, em associação com o paclitaxel (quimioterápico), é capaz de reduzir o crescimento tumoral via inibição das vias de crescimento celular, diminuição da viabilidade e da proliferação celular e aumento da apoptose (morte de células cancerosas). 
Em resumo, nós salientamos que o processo inflamatório presente na obesidade é um dos principais mecanismos envolvidos no desenvolvimento da plêiade de cânceres associados à obesidade, bem como destacamos que a metformina, droga frequentemente usada para reduzir a resistência à insulina, pode diminuir a incidência de neoplasias. 

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 8 de março de 2012

DISTÚRBIO ANDROGÊNICO DO ENVELHECIMENTO MASCULINO E DISFUNÇÃO ERÉTIL

llO aumento da população acima dos 65 anos de idade é um fenômeno mundial que atualmente ultrapassa as fronteiras dos países desenvolvidos, chegando até os países em desenvolvimento como o Brasil. Em nosso país os dados do IBGE mostram que a expectativa de vida atual encontra-se em 68 anos e aumentará para 71 até 2015. O envelhecimento populacional suscita várias questões que englobam desde a disponibilidade de recursos públicos e privados para manutenção de aposentadorias até programas específicos de saúde e lazer voltados a terceira idade. Os aspectos relacionados ao envelhecimento bem-sucedido ganharam espaço na literatura médica e leiga, sendo que um dos fatores implicados na manutenção da qualidade de vida é a manutenção de vida sexual ativa e satisfatória.
Entre as alterações que ocorrem no envelhecimento masculino está o declínio da concentração sérica da testosterona ao longo do tempo e dependendo da magnitude que ocorre pode apresentar um impacto em várias funções, inclusive na esfera sexual.
A testosterona é um andrógeno produzido preferencialmente nos testículos após a puberdade com atuação em diversos órgãos e sistemas no organismo. Tradicionalmente relacionada ao desejo sexual masculino e à potência, seu declínio está relacionado a alterações físicas e psíquicas nos homens após os 60 anos.
Relação entre testosterona e função sexual
As alterações na função sexual de homens submetidos a privação hormonal são conhecidas desde 1934 e levam à redução da libido, diminuição das ereções noturnas e disfunção erétil (DE) na maioria dos pacientes.
O desejo sexual ou libido é o ponto inicial de partida para ocorrência e talvez seja a função mais impactada negativamente pela privação da testosterona nos homens. Muito embora essa relação só tenha sido demonstrada nos estudos populacionais em homens entre 17 e 42 anos, a melhora da libido ocorre com a reposição hormonal em homens mais velhos ou com doenças metabólicas quando dosagem de testosterona basal for inferior a 3,4 ng/mL. Apesar dos resultados dos estudos na literatura, a manutenção sexual e as disfunções são reconhecidamente de causa multifatorial.
Embora muitos estudos clínicos na área sejam controversos, é reconhecido que existe diminuição no número, tempo de duração e rigidez das ereções noturnas em pacientes com (DE) e níveis diminuídos de testosterona biodisponível.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

quinta-feira, 1 de março de 2012

ULTRA-SONOGRAFIA DOS NÓDULOS DA TIREÓIDE

llA ultra-sonografia é um poderoso recurso amplamente empregado no diagnóstico e seguimento do carcinoma da Tireóide. Este método utiliza ondas sonoras para identificar e avaliar estruturas no corpo humano. A metodologia não usa radiação e, portanto, é segura e pode ser realizada quantas vezes forem necessárias.
A ultra-sonografia também é utilizada para identificar e analisar as características de um nódulo de tireóideo. Desta forma é possível saber qual a probabilidade de o nódulo ser benigno ou maligno. A ultra-sonografia é utilizada no acompanhamento de pacientes portadores de câncer da Tireóide, pesquisando a presença de gânglios no pescoço, que podem estar associados ao câncer. A ultra-sonografia também é utilizada para monitorar ou auxiliar a realização de uma biópsia de nódulos tireoideanos ou de gânglios cervicais.
A ultra-sonografia da Tireóide é um exame que não prejudica e não oferece riscos à saúde, é indolor e relativamente rápido. O paciente geralmente é colocado deitado em maca, com o rosto voltado para cima, sendo muitas vezes, solicitado a levantar levemente o queixo. Em seguida é colocado gel sobre a pele, na região anterior do pescoço, para que o aparelho deslize e tenha um bom contato com a pele. O aparelho transdutor que está em contato com a pele é deslocado em várias direções, obtendo-se desta forma uma série de imagens, que ajudarão o médico a compor o estudo completo da Tireóide e regiões cervicais vizinhas. Durante o exame, as imagens obtidas são fotografadas ou gravadas em computador, para posteriormente serem analisadas ou impressas junto ao laudo médico. Algumas vezes, o exame pode ser demorado e requer número maior de imagens ou fotografias. Entretanto, isto não significa que o nódulo seja maligno. Em muitas situações, a correta identificação das estruturas do pescoço, ou mesmo de alguns detalhes da Tireóide, pode ser mais difícil e demorada. Independente da doença da Tireóide, o tempo para a realização do exame ultra-sonográfico pode ser maior ou menor. É sempre bom lembrar que o médico que realizou o exame ultra-sonográfico não irá dar detalhes e não comentará o resultado do exame com o paciente. Isso é normal e também não deve ser encarado como mau sinal ou indício da existência de câncer da Tireóide. É necessário tempo para se analisar cuidadosamente as imagens obtidas durante o exame e também para escrever o laudo médico. O médico não dará resultado baseado somente em uma avaliação inicial, sem análise cuidadosa e detalhada de todas as imagens.
É bom lembrar que a ultra-sonografia da Tireóide é considerada pelos médicos, como uma continuação do exame físico do paciente. Portanto, ela geralmente será repetida em intervalos regulares, dependendo de cada situação ou paciente.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista