sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

DIABETES MELLITUS TIPO 2 NO JOVEM

O aumento de incidência do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) entre crianças e adolescentes vem sendo observado em várias regiões do mundo. Ainda não são conhecidos os motivos responsáveis pela eclosão da doença nessa faixa etária. Inicialmente, há duas décadas, estes relatos referiam-se a grupos homogêneos com maior suscetibilidade à doença - índios americanos e canadenses, e há dez anos envolvendo minorias étnicas, principalmente os americanos de origem hispânica e os afro-americanos, além da descrição do aumento em 20vezes na incidência do DM2 na população de adolescentes japoneses. No Japão, o DM2 em jovens é mais comum que o diabetes mellitus tipo (DM1). Apesar de terem sido feitos novos relatos de DM2 entre os jovens europeus, sua prevalência é ainda inferior à da população americana, na qual representam 8% a 45% dos novos casos de diabetes.
No Brasil, entretanto, os estudos ainda são raros. Recentemente foi avaliado um grupo de aproximadamente 100 adolescentes com antecedentes familiares para DM2 e outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença, não tendo sido encontrado casos de diabetes.
Atualmente há um questionamento quanto à afirmação de que estaria havendo uma epidemia de DM2 entre os jovens. No maior e mais recente estudo populacional sobre a incidência de diabetes na juventude (0-19 anos), o SEARCH for Diabetes in Youth Study, a prevalência de DM2 encontrada foi de 0,22/1.000 jovens, sendo a maioria dos casos de adolescentes de minorias étnicas. É neste grupo de alto risco que realmente a incidência tem aumentado significativamente.
O aumento registrado na prevalência da obesidade na adolescência nos últimos anos explicaria, em grande parte, o avanço do DM2 nas populações jovens, assim como o desenvolvimento metabólico, associada a doenças cardiovasculares na maturidade (C, C, B). Estudos recentes em adolescentes com DM2 evidenciam o efeito do diabetes e da obesidade sobre a complacência vascular, aumentando a rigidez dos vasos e demonstrando que o DM2 de início precoce pode ser mais agressivo do ponto de vista cardiovascular do que têm adultos (A, C, B). As elevadas taxas de obesidade na infância e na adolescência estão relacionadas com o sedentarismo crescente e a mudança nos hábitos alimentares, freqüentemente com dietas hipercalóricas e hipergordurosas.
Uma das grandes preocupações do diagnóstico de DM2 no jovem é que algumas comorbidades, como a nefropatia, apresentam-se tão comuns na criança como no adulto. E este desenvolvimento de complicações precoces terá implicações para o resto da vida tanto para criança como para o orçamento da saúde pública.

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