quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

OBESIDADE Presente e Futuro


llA obesidade já é caracterizada por muitos como uma pandemia. As causas são as mais variáveis possíveis, passando pelas emocionais, sociais e biológicas. Pelas complicações como importante agravo à saúde, diversas soluções imediatistas são adotadas. Os apelos são sempre os mesmos: “perca....quilos em....dias”. De fato, a perda de peso pode ser um alento a quem desenvolveu a obesidade, porém não ataca a causa, ou seja, o agente promotor dessa mudança de padrão. Sendo as causas variadas, as soluções também devem ser. Adotar uma dieta que eleja determinado grupo de alimentos como responsável pela obesidade é, sem dúvida, uma abordagem por demais reducionista e não enxerga a complexidade do ser humano. Além do mais, ao alcançar os primeiros quilos reduzidos, a celebração será a comemoração.
Em 1972, um dos grandes best sellers do universo das dietas teve seu primeiro lançamento, com o título A dieta revolucionária do Dr. Atkins. Relançado 20 anos após, vendeu aproximadamente 12 milhões de cópias. Além das cópias vendidas, o Dr. Atkins criou, mais recentemente, uma companhia que desenvolvia os produtos baseados em sua dieta.
Falecido em 2003, o cardiologista Dr. Robert Coleman Atkins teria hoje a realidade das ações de sua empresa caindo no mercado. Apontado por alguns especialistas, esse fato seria conseqüência da falta de ciência na dieta proposta pelo Dr. Atkins, que, ao longo de sua vida, dizia ser um clínico e não pesquisador.
As dietas da moda são anualmente lançadas com a proposta de resolver a obesidade. O que podemos concluir é que as dietas não funcionam. A constatação é simples: todos os indivíduos obesos já fizeram pelo menos uma dieta e continuam como estavam. Isso significa que o estudo pormenorizado da ingestão alimentar, da prática regular de atividade física, do estado emocional e da presença de doenças determinantes da obesidade é fundamental ao sucesso no tratamento da obesidade.
Políticas públicas visando tratar dos fatores diretos e indiretos da obesidade são adotadas em alguns países:
• Criar ambientes propícios às atividades físicas regulares.
• Estimular também a vida mais ativa, como a iniciada pelo “Agita Osasco”.
• Desenvolver cardápios mais nutritivos em escolas e empresas, fazendo com que a rotina alimentar mais saudável seja adotada.
• Orientar o consumo alimentar familiar, sendo a refeição um fim em si mesma, e não um agente acessório como TV, computador etc.
• Desenvolver centros formados por equipes multidisciplinares de apoio a distúrbios emocionais associados à obesidade.
Essas estratégias demonstram a complexidade do tema e o cuidado que deve ser dado a ele, evitando sua banalização.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

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