quinta-feira, 8 de março de 2012

DISTÚRBIO ANDROGÊNICO DO ENVELHECIMENTO MASCULINO E DISFUNÇÃO ERÉTIL

llO aumento da população acima dos 65 anos de idade é um fenômeno mundial que atualmente ultrapassa as fronteiras dos países desenvolvidos, chegando até os países em desenvolvimento como o Brasil. Em nosso país os dados do IBGE mostram que a expectativa de vida atual encontra-se em 68 anos e aumentará para 71 até 2015. O envelhecimento populacional suscita várias questões que englobam desde a disponibilidade de recursos públicos e privados para manutenção de aposentadorias até programas específicos de saúde e lazer voltados a terceira idade. Os aspectos relacionados ao envelhecimento bem-sucedido ganharam espaço na literatura médica e leiga, sendo que um dos fatores implicados na manutenção da qualidade de vida é a manutenção de vida sexual ativa e satisfatória.
Entre as alterações que ocorrem no envelhecimento masculino está o declínio da concentração sérica da testosterona ao longo do tempo e dependendo da magnitude que ocorre pode apresentar um impacto em várias funções, inclusive na esfera sexual.
A testosterona é um andrógeno produzido preferencialmente nos testículos após a puberdade com atuação em diversos órgãos e sistemas no organismo. Tradicionalmente relacionada ao desejo sexual masculino e à potência, seu declínio está relacionado a alterações físicas e psíquicas nos homens após os 60 anos.
Relação entre testosterona e função sexual
As alterações na função sexual de homens submetidos a privação hormonal são conhecidas desde 1934 e levam à redução da libido, diminuição das ereções noturnas e disfunção erétil (DE) na maioria dos pacientes.
O desejo sexual ou libido é o ponto inicial de partida para ocorrência e talvez seja a função mais impactada negativamente pela privação da testosterona nos homens. Muito embora essa relação só tenha sido demonstrada nos estudos populacionais em homens entre 17 e 42 anos, a melhora da libido ocorre com a reposição hormonal em homens mais velhos ou com doenças metabólicas quando dosagem de testosterona basal for inferior a 3,4 ng/mL. Apesar dos resultados dos estudos na literatura, a manutenção sexual e as disfunções são reconhecidamente de causa multifatorial.
Embora muitos estudos clínicos na área sejam controversos, é reconhecido que existe diminuição no número, tempo de duração e rigidez das ereções noturnas em pacientes com (DE) e níveis diminuídos de testosterona biodisponível.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

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