quinta-feira, 16 de agosto de 2012

CRESCE O USO DE DROGAS PARA EPILEPSIA E DIABETE NO TRATAMENTO DA OBESIDADE


llMenos de um ano após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter proibido a venda de remédios derivados da anfetamina para tratar obesidade, o consumo off label (indicação fora da bula) de drogas para epilepsia, depressão e diabete disparou no País.
Esses medicamentos (topiramato, liraglutida, bupropiona e metformina) não foram aprovados pelo tratamento da obesidade, mas também fazem perder peso. Por isso, têm sido indicados para quem não consegue emagrecer tomando sibutramina ou orlistate, as duas opções oficiais restantes.
Mas esses remédios ainda não foram amplamente testados para o tratamento da obesidade. Apesar de existirem estudos em andamento, ainda não é possível afirmar que são totalmente seguros e eficazes para esses casos.
O consumo do anticonvulsivante topiramato, por exemplo, cresceu 64% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2010, antes de a Anvisa proibir três dos medicamentos usados para emagrecer (anfepramona, femproporex e mazindol). Entre os principais efeitos colaterais do topiramato estão lentidão cognitiva, diminuição do raciocínio, esquecimento de palavras em um discurso e malformação fetal (risco de lábio leporino).
A liraglutida – indicada para tratar diabete e vendida com o nome de Victoza – chegou ao mercado em maio do ano passado e teve um crescimento explosivo nas vendas em setembro, mês em que uma reportagem em uma revista apontou como droga “milagrosa” na perda de peso.

llEUA aprovaram novos remédios
Após 13 anos sem registrar nenhuma nova droga para a obesidade, a FDA (agência norte americana que regulamenta fármacos e alimentos) autorizou no mês passado a venda de dois novos remédios moderadores de apetite.
A primeira droga a ganhar o aval do governo americano foi a locarserina (Belviq), da farmacêutica Arena.
Poucos dias depois, a FDA aprovou a venda do Qysimia da farmacêutica Vivus. A droga é a mistura de dois outros medicamentos já existentes: a fentermina (derivado da anfetamina) e o topiramato (anticonvulsivante usado para tratar epilepsia   e prevenir enxaqueca).
Tanto o Belvic quanto o Qysimia são indicados para adultos obesos com um índice e massa corporal (IMC) de 30 ou mais e também para adultos com IMC maior que 27 (considerado sobrepeso), desde que o paciente tenha ao menos uma comorbidade associada, como hipertensão, diabete do tipo 2, síndrome metabólica ou colesterol alto.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

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