sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Diagnóstico da obesidade infantil

Embora o IMC (índice de massa corporal) seja usado comumente para classificação da obesidade no adulto, seu uso em crianças e adolescentes é inadequado. Na faixa etária pediátrica, a obesidade pode ser diagnosticada pela avaliação do peso atual em relação ao peso esperado em determinada idade e sexo, há diagnóstico de obesidade. A avaliação do estado nutricional para crianças maiores que cinco anos é realizada de acordo com gráficos de percentil do IMC para idade e sexo. Tais gráficos são fundamentais tanto para o diagnóstico quanto para avaliação do progresso do paciente durante o tratamento. Somente visualizando o gráfico da criança é que podemos verificar o quanto pequenas variações no peso e, consequentemente, no IMC podem ser significantes.
A Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde do Brasil adota os gráficos desenvolvidos pela OMS em 2007, que consideram pontos de corte para sobrepeso e obesidade, e podem ser utilizados para crianças com idade superior a cinco anos.
A avaliação da adiposidade pelas medidas de pregas cutâneas é pouco reprodutível, e sua utilidade na prática clínica é limitada. Outros exames para a avaliação de quantidade de gordura corporal, como bioimpedância, ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e densitometria também não são utilizados rotineiramente.
A consequência mais relevante da obesidade infantil é sua persistência na idade adulta. Isso é mais provável quando os pais também são obesos, quando a obesidade está presente na adolescência e quando ela se apresenta de forma grave.
A obesidade nessa faixa etária já está associada a maior mortalidade em longo prazo, e este achado independe do peso na idade adulta (risco relativo de 1,5 para mortalidade por todas as causas e 2 para mortalidade por doença).
O sobrepeso na infância e na adolescência é associado a diversas alterações metabólicas e endócrinas, como intolerância à glicose e hiperinsulinemia, condições predisponentes para o desenvolvimento de Diabetes Melitus tipo 2.
Em curto prazo, a obesidade infantil está relacionada a distúrbios psicossociais e a isolamento social. Em pré-adolescentes o sobrepeso está associado à diminuição do contato social, do sucesso acadêmico e do desempenho esportivo. Apesar disso, existe pouca evidência documentada de que nessa faixa etária a autoestima esteja acometida de forma significante. Porém, em adolescentes, existe uma relação inversa entre o peso e a autoestima, e uma relação direta entre o peso e os comportamentos agressivos.

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