quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

SAÚDE: NEM SEMPRE MUITOS CUIDADOS É A MELHOR OPÇÃO

Existe a idéia de que quanto mais exames e mais tratamentos sejam realizados mais benefícios trariam aos pacientes é falsa. Um grande número de clientes fica mais feliz quanto mais exames e tratamentos o médico prescreva.
No entanto, em muitas ocasiões, a solicitação de diversos procedimentos diagnósticos e tratamentos podem ser maléficos. O primeiro é o econômico. Não existe exame ou tratamento gratuito. O gasto é assumido direta ou indiretamente por aquele se submete a isso. Quando o paciente é privado, imediatamente. Nos casos de beneficiário de plano de saúde, no próximo reajuste das mensalidades. Mesmo quando não se enquadra em nenhuma das duas condições acima, ele assume como cidadão. Os impostos que ele pagou serão gastos com o desperdício.
As somas desperdiçadas desta maneira são alarmantes. Nos Estados Unidos são quase 7 bilhões de dólares anuais. Analisando 1 milhão de procedimentos deles (56%) estes erros acontecem. É importante esclarecer que estes números referem-se apenas aos atendimentos básicos. 
Em nosso país, a suspeita é que seja pelo menos semelhante.
 Os americanos identificam condições onde este erro ocorre mais freqüentemente. Nas sinusites, a prescrição de antibióticos, na grande maioria das vezes, é errada. Na quase totalidade dos casos, quem acarreta um problema é um vírus.
 Assim, o antibiótico não só não tem nenhuma eficácia como pode causar efeitos colaterais e ajudar no desenvolvimento da resistência bacteriana.  
Outro pecado é a solicitação de exames preventivos para o câncer ginecológico em mulheres com menos de 21 anos e nas histerectomizadas  (sem útero). 
O uso não indicado na tomografia computadorizada pode gerar dois prejuízos. Desperdício financeiro e causar câncer. Acredita-se que muitos pacientes se tornaram cancerosos pelo uso não adequado e abusivo deste exame.
A realização da determinação do PSA em toda população masculina anualmente, após os 40 anos de idade, vem sendo contestada por autoridades em saúde de vários países. Estudos já demonstraram que esta prática não diminui a mortalidade por câncer de próstata. Além disso, pode acarretar a realização de procedimentos desnecessários, onerosos e capazes de acarretar complicações importantes e desagradáveis.
A solicitação rotineira da ultrassonografia da tireóide para as mulheres é outro procedimento que deve ser evitado. Afinal, costuma trazer muito mais malefícios do que benefícios. Muitos outros exemplos existem.
Providências urgentes necessitam serem tomadas para que os desperdícios sejam, pelo menos, minimizados. Afinal o dinheiro gasto erroneamente poderia e deveria ser usado pelos que realmente necessitam de procedimentos e tratamentos e não os têm.

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