quinta-feira, 12 de abril de 2012

OBESIDADE: O PAPEL DAS FIBRAS DIETÉTICAS

llFibras dietéticas são carboidratos não-digeríveis presentes exclusivamente em alimentos de origem vegetal. Dados epidemiológicos sugerem que o consumo adequado de fibras pode prevenir o desenvolvimento de obesidade. Populações que reportam maior consumo de fibras também demonstram menor prevalência de obesidade. Um estudo na Suécia com 5.000 indivíduos mostrou associação da obesidade não só com a ingestão energética aumentada, como também com o consumo diminuído de alimentos ricos em fibras, como frutas e vegetais (Lissner ET AL., 1998). Em estudo com adultos jovens, observou-se que o consumo de fibras estava inversamente associado ao IMC, independentemente do consumo de gorduras. Estudos intervencionais encontram maior perda  de peso em sujeitos submetidos a dietas ricas em fibras.
Algumas hipóteses foram aventadas para explicar o poder das fibras de promover a perda de peso e prevenir o desenvolvimento da obesidade. Heatin (1973) propôs que as fibras agem como barreiras fisiológicas para a ingestão de energia por meio de três mecanismos: primeiro, as fibras substituem as calorias e nutrientes disponíveis da dieta; segundo, as fibras aumentam a necessidade de mastigação , promovendo a salivação e a secreção de suco gástrico, resultando na expansão do estômago e promoção da saciedade; terceiro, as fibras diminuem a eficiência de absorção de nutrientes no intestino delgado. Estudos apontam que dietas contendo alimentos ricos em fibras, como frutas e hortaliças, têm papel importante na regulação do peso corporal provavelmente porque seu consumo diminui a densidade energética da dieta, promove a saciedade e diminui a ingestão energética. Dietas que fornecem quantidade adequada de fibras têm, usualmente, menor densidade energética e maior volume do que dietas pobres em fibras, fato que pode limitar espontaneamente o consumo de energia.

O Uso de Adoçantes em Substituição à Sacarose
A maioria dos programas para perda de peso têm enfocado principalmente a redução da ingestão de gordura e açúcar (sacarose), a fim de se evitar o consumo de alimentos de alta densidade energética e a hiperfagia e, assim, alcançar um balanço energético negativo. Entretanto, ainda não está muito claro se a substituição de açúcar de adição (sacarose e outros carboidratos simples) por adoçantes de baixas calorias ou carboidratos complexos, introduzidos como ferramenta para diminuir a ingestão energética, realmente contribui para a perda de peso.
No entanto, a influência do uso de adoçantes como o aspartame, a sucralose e acessulfame-K sobre a saciedade ainda não é bem esclarecida. Enquanto alguns estudos têm mostrado maior apetite após o consumo de alimentos adoçados com adoçantes de baixas calorias, outros não apontaram esse efeito.

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

Nenhum comentário:

Postar um comentário