quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O JEJUM E O CÂNCER; COMER MENOS FAZ BEM À SAÚDE.


llDesde há muito é sabido que a restrição calórica realizada em experimentos com animais produz importantes benefícios. Aumento de sobrevida, maior resistência a situações de estresse, retardamento e/ou prevenção de doenças relacionadas com a idade, inclusive o câncer, são alguns deles.

Várias pesquisas realizadas em diversos animais, como ratos, camundongos e macacos, demonstram estas vantagens, em comparação aos que podiam se alimentar sem restrições.
Por outro lado, na espécie humana, nos casos de tumores malignos, uma das preocupações das equipes de saúde é manter o paciente o mais bem nutrido possível. Afinal, muitos tumores malignos tem uma ação maléfica sobre a ingestão alimentar – a diminuição acentuada do apetite é um dos mais frequentes sintomas. Além disso, alguns pacientes referem náuseas, vômitos, alterações no gosto dos alimentos etc. que dificultam ainda mais sua alimentação.
Tudo é feito para evitar que o paciente fique desnutrido, afinal, isso faz com que as suas capacidades de defesa diminuam.
A redução da sua imunidade diminuiria em muito a condição de lutar contra a doença.
E quando o tratamento quimioterápico é programado, a preocupação com o estado nutricional é ainda maior. Desejamos que o paciente esteja na melhor condição possível, para que possa enfrentar as ações tóxicas das drogas quimioterápicas.
Os doentes submetidos a este tipo de tratamento apresentam efeitos colaterais importantes, como queda de cabelo, diminuição das células sanguíneas, náuseas e vômitos, diarreia, câimbras, diminuição acentuada do apetite etc.
As ações tóxicas destas drogas sobre órgãos vitais, como por exemplo, o coração e os rins, podem, inclusive, ocasionar a morte em alguns pacientes.
O conceito de que o paciente bem nutrido enfrentaria melhor este tipo de tratamento começou a mudar em 2008. O pesquisador americano Valter D. Longo, da Universidade da Califórnia, EUA, demonstrou que isso poderia não ser verdadeiro e até muito pelo contrário.
Fez ciclos de jejum em camundongos, antes, durante e depois de tratamentos quimioterápicos. Os resultados foram surpreendentes: os animais submetidos à restrição alimentar evoluíram extremamente melhor.
Os sintomas colaterais foram suprimidos em mais de 90% e os tumores se reduziram de maneira muito mais significativa. As curas praticamente só existiram nos submetidos ao jejum. E as sobrevidas foram muito maiores nos jejuadores.
Doses das drogas capazes de matar os animais alimentados foram bem suportadas pelos que realizaram os ciclos de jejum.
E outro fato, tão ou mais surpreendente, foi o resultado do tratamento do câncer nos ratos com apenas a restrição alimentar.
Assim, é provável que, muito em breve, haja uma grande mudança nas clínicas de quimioterapia. Elas deixem de oferecer grandes quantidades de alimentação durante as sessões do tratamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário