quinta-feira, 24 de maio de 2012

A EVOLUÇÃO DAS INSULINAS


llA descoberta da insulina foi uma das maiores descobertas da medicina de todos os tempos, pois permitiu a sobrevivência de milhares de indivíduos com diabetes mellitus. 

PRODUÇÃO DE INSULINA EM ESCALA INDUSTRIAL
Após a descoberta da insulina, surgiu um grave problema. Não havia meios de produção suficientes no Canadá para suprir enorme demanda repentina. O fato culminou no envolvimento de vários outros laboratórios para garantir o fornecimento em escala industrial em 1922. George Walden demonstrou que, mantendo o ponto isoelétrico de insulina bovina e suína, o que permitiu extrair insulina suficiente para suprir a demanda de pacientes e médicos de todo o mundo. Inicialmente, a insulina disponível era U10 (10 unidades de insulina em 1 ml) com 3 a 5 ml injetados de cada vez. A seguir, as insulinas cristalinas em concentrações de 10, 20 e 40 unidades por militro passaram a ser disponíveis. Atualmente, a maioria das insulinas é comercializada na diluição U100, ou seja, 100 unidades por ml. Entretanto, diluentes ainda são disponíveis caso diluições maiores sejam necessárias, como ocorre por vezes em crianças muito pequenas, que necessitam de doses muito baixas de insulina. O número de usuários de insulina tem aumentado nos últimos anos consideravelmente, crescendo em torno de 10% a cada ano. Projeta-se que o crescimento aumente progressivamente até o ano 2020.

AVANÇOS NA PURIFICAÇÃO DAS INSULINAS
As primeiras insulinas comercializadas, de origens bovina e suína, possuíam muitas impurezas, fato que levava freqüentemente a reações locais, como alergias e abcessos. Elas ainda variavam de potência, de lote para lote, em até 25%. Desde os primórdios da insulinoterapia, foram iniciados esforços para eliminar as substâncias contaminantes, como a pró-insulina e o glucagon, e desenvolver insulinas mais puras. As técnicas de fabricação melhoraram bastante, por meio de diversos métodos, como a cromatografia, permitindo a produção de insulina de melhor qualidade e com menos impurezas e efeitos colaterais como alergia e lipodistrofia.
Na década de 1960, diversos estudos mostraram que pacientes com diabetes mellitus tratados com insulina, especialmente a de origem bovina, desenvolviam anticorpos antiinsulina. Isso significava uma redução da ação hipoglicemiante da insulina, com necessidade de aumento de sua dose para controle metabólico satisfatório. Em 1973, foi introduzida no mercado a insulina suína monocomponente purificada por cromatografia e praticamente destituída de contaminantes. Em 1974, a insulina suína altamente purificada também foi lançada. A formação de anticorpos antiinsulina com essas preparações foi bastante reduzida, assim como odesenvolvimento de alergia às insulinas. 

Dr. José Amando Mota é médico Endocrinologista e Metabologista

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